Colômbia expulsa agentes do Hezbollah que planejavam matar israelenses

Terroristas do Hezbollah (blog IDF)

Um ex-agente do Mossad foi retirado de Bogotá em meio a uma denúncia de que o Hezbollah estava rastreando diplomatas e empresários israelenses e americanos.

O ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano, revelou que dois integrantes do Hezbollah foram recentemente expulsos do país sul-americano.

“Dois meses atrás, tivemos que lidar com uma situação em que tivemos que montar uma operação para capturar e expulsar dois criminosos mandatados pelo Hezbollah que pretendiam cometer um ato criminoso na Colômbia”, disse Molano ao jornal El Tiempo.

Molano não entrou em detalhes, mas El Tiempo citou oficiais militares colombianos que disseram que os operativos estavam espionando diplomatas e empresários israelenses e americanos. O relatório também disse que o jornal obteve documentos confidenciais que provam que o Mossad informou às autoridades colombianas sobre um complô do Hezbollah para assassinar um ex-agente do Mossad que vivia em Bogotá, capital da Colômbia.

Como resultado do relatório El Tiempo, o agente, que não foi identificado, foi extraído de Bogotá, onde recentemente abriu uma empresa de tecnologia de vigilância, informou o Haaretz no domingo.

Não ficou claro a partir dos relatórios exatamente quando o israelense foi evacuado.

Molano disse que há um “risco com o Hezbollah na Venezuela e o que suas relações com o tráfico de drogas ou grupos terroristas do lado venezuelano podem gerar para a segurança nacional”.

O presidente colombiano, Ivan Duque, durante visita a Israel na quarta-feira, acrescentou mais uma confirmação de que o Hezbollah estava planejando um ataque em solo colombiano.

“Para nós, o Hezbollah é um grupo terrorista. E onde vemos as atividades do Hezbollah em nosso território, agimos com rapidez e força. E, de fato, capturamos membros que supostamente trabalhavam para o Hezbollah em busca de alvos para atos terroristas em nosso país”.

O Irã ainda busca vingar os assassinatos de Qassem Soleimani, oficial da Guarda Revolucionária Iraniana, e de Mohsen Fakhrizadeh, o pai do programa nuclear iraniano. Empresários israelenses que trabalham em todo o mundo são considerados alvos fáceis. Uma denúncia do Mossad à polícia em Chipre frustrou um plano que visava empresários israelenses. O principal suspeito, um assassino azeri, teria imagens do Hezbollah em seu telefone quando foi preso. Israel culpa o Irã.

A Colômbia designou o Hezbollah como uma organização terrorista em 2020.

Estima-se que 700.000 libaneses expatriados vivam na Colômbia, tornando o país sul-americano um terreno fértil para recrutadores do Hezbollah.

O Hezbollah e os grupos terroristas palestinos também são conhecidos por sua atividade na vizinha Venezuela.

Os membros do Hezbollah na Venezuela estão envolvidos no tráfico de armas, drogas e até mesmo mulheres e crianças. O Hezbollah também atua no contrabando de metais estratégicos como urânio e tório para o Irã. Esses metais podem ser usados para alimentar uma reação em cadeia nuclear. A Venezuela também é rica em coltan, um mineral de terras raras usado para fabricar capacitores eletrônicos em telefones celulares, laptops e outras tecnologias comumente usados.

Grande parte do contrabando desses metais passa pela Colômbia.

Durante a visita de Duque, o presidente israelense Isaac Herzog levantou preocupações sobre as células terroristas do Hezbollah operando ao longo da fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, de acordo com relatos da mídia hebraica.

O Hezbollah também está vinculado a cartéis de drogas colombianos que traficam toneladas de cocaína para a Europa e lavagem de dinheiro no Líbano.

Não seria a primeira vez que o Hezbollah agiu como representante do Irã para atacar israelenses e judeus na América do Sul.

A organização terrorista explodiu a embaixada israelense em Buenos Aires em 1992 e a sede da comunidade judaica de Buenos Aires em 1994. Combinados, os dois ataques mataram 115 pessoas e feriram mais de 500.


Publicado em 16/11/2021 08h17

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