Mossad recrutou cientistas iranianos para explodir uma instalação nuclear importante

A Instalação de Enriquecimento de Urânio de Natanz, cerca de 320 quilômetros ao sul de Teerã | Foto do arquivo: AP via IRIB

Agentes israelenses teriam abordado um grupo de pesquisadores iranianos, que concordou em destruir as centrífugas do reator de Natanz em abril.

O serviço de inteligência estrangeira de Israel, o Mossad, recrutou vários cientistas nucleares iranianos para realizar uma operação secreta no Irã no início deste ano, durante a qual uma das instalações nucleares mais seguras do regime do aiatolá foi explodida, informou o semanário britânico The Jewish Chronicle na quinta-feira.

De acordo com o relatório, os agentes israelenses abordaram até 10 cientistas iranianos que concordaram em destruir centrífugas de enriquecimento de urânio na instalação nuclear de Natanz em abril, embora supostamente acreditassem estar trabalhando para grupos dissidentes internacionais.

Os cientistas teriam contrabandeado alguns dos explosivos para as instalações em caixas de comida em um caminhão de catering, enquanto outros foram lançados no complexo por um drone, após o qual foram recolhidos.

De acordo com o The Jewish Chronicle, os espiões do Mossad esconderam explosivos na instalação de alta segurança já em 2019 e só os dispararam em 2020.

A explosão supostamente causou caos na instalação e levou a um apagão de energia, destruindo 90% das centrífugas e atrasando o progresso do Irã em direção a uma bomba e atrasando o trabalho no complexo por até nove meses.

Após a explosão, os pesquisadores iranianos foram levados para um local seguro e “todos eles estão muito seguros hoje”, disse uma fonte.

O jornal alegou ainda que Israel foi responsável pelo ataque em junho à Iran Centrifuge Technology Company em Karaj, durante o qual agentes contrabandearam um quadricóptero armado para o país, peça por peça, e o usaram para lançar mísseis no local.

De acordo com o relatório, as operações foram planejadas ao longo de um período de 18 meses por uma equipe de 1.000 técnicos, analistas, espiões e agentes em campo.

Em um artigo diferente, o The Jewish Chronicle afirmou que Israel estava planejando um “ataque total às instalações nucleares do Irã”. O jornal supostamente recebeu informações de fontes israelenses, que disseram que a operação visava “atingir a cabeça do polvo”.


Publicado em 04/12/2021 23h54

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