Israel e EUA tem medo de atacar o Irã, diz líder do Hezbollah

O secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah. (Twitter/Al Manar/Captura de tela)

De qualquer forma, um ataque ao Irã seria “inútil” e até aceleraria o crescimento do programa nuclear, disse Nasrallah.

Nem Israel nem os EUA atacariam o Irã, mesmo que não interrompa seu desenvolvimento nuclear, disse o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, à televisão estatal iraniana em uma ampla entrevista na terça-feira.

“O Irã é um país forte e soberano e os Estados Unidos temem a guerra com ele”, disse o líder do mais forte representante terrorista da República Islâmica, que desempenha um papel de liderança no governo do Líbano.

“Falar sobre guerra é intimidar e pressionar o Irã”, disse ele. “Os Estados Unidos não têm capacidade de parar o programa nuclear pacífico do Irã. Um ataque militar pode até acelerar o crescimento do programa nuclear do Irã.”

Rejeitando a alegação do Ocidente de que o Irã está tentando construir uma arma nuclear, Nasrallah rejeitou a advertência do Estado judeu de que responderá por conta própria, se necessário, à ameaça iraniana.

“Se Israel lançar um ataque militar ao Irã, a resposta do Irã será muito dura e os israelenses terão medo da resposta do Irã”, afirmou Nasrallah.

“Eu tendo a supor que o que os israelenses dizem sobre o Irã é intimidação, e a maioria dos níveis de segurança e militares contradiz a implementação de um ataque militar ao Irã porque tal ataque é inútil”, acrescentou.

Nasrallah disse à rede Al-Alam que as ameaças do “regime sionista” contra sua organização terrorista também estão vazias.

Seria preciso “uma guerra completa” para destruir a vasta gama de mísseis do Hezbollah, pois eles estão espalhados por todo o Líbano e Israel nem sabe quantos foguetes a organização tem, afirmou.

Ele também se gabou de que “a capacidade de mísseis da resistência não permite que o regime sionista aja contra o Líbano” a defesa aérea da resistência teve bons resultados”.

Israel se concentrou em atacar alvos militares apoiados pelo Irã na Síria, e não no Líbano, nos últimos anos, no que é conhecido no governo como “a guerra entre as guerras”, vendo isso como o maior perigo imediato.

Nasrallah admitiu que alguns dos ataques atingiram locais do Hezbollah na Síria, cuja mídia estatal frequentemente afirma que suas forças derrubaram mísseis israelenses durante os ataques aéreos.

Em termos de defesa aérea de Beirute, no entanto, a IAF teria disparado contra locais na Síria a partir do espaço aéreo libanês durante esse período, sem repercussões do fogo antiaéreo dirigido pelo libanês ou pelo Hezbollah.

Nasrallah negou que o Líbano ou o Hezbollah estivessem sob o controle do Irã.

“O Hezbollah, da cabeça aos pés, é libanês, e é dos libaneses”, disse ele.

“A embaixada iraniana ou qualquer partido iraniano não interfere nem um pouco nos assuntos do Líbano e suas eleições.”


Publicado em 11/02/2022 11h34

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