Mossad disse ter frustrado plano do Irã para assassinar diplomata israelense na Turquia

Nesta foto de 22 de setembro de 2011, membros da Guarda Revolucionária do Irã marcham em frente ao mausoléu do falecido fundador revolucionário iraniano Ayatollah Khomeini, nos arredores de Teerã, Irã (AP Photo/Vahid Salemi)

Um general americano e um jornalista francês também foram alvo de um ataque planejado por um agente da Guarda Revolucionária. Suspeito está preso em país europeu e não teve identidade revelada.

A agência de espionagem Mossad frustrou uma recente tentativa iraniana de assassinar um diplomata israelense que trabalhava no consulado em Istambul, informou a mídia de língua hebraica no sábado.

Os meios de comunicação disseram que várias autoridades israelenses confirmaram reportagens anteriores sobre o plano da Iran International, com sede em Londres, uma agência de notícias da oposição iraniana.

A Iran International disse que, além do funcionário israelense do consulado, um general americano estacionado na Alemanha e um jornalista na França também foram alvos do complô.

De acordo com o relatório sem fontes, um membro da Guarda Revolucionária do Irã foi preso em um país europeu sem nome em conexão com o ataque planejado. Não ficou claro exatamente quando a trama se desenrolou.

O suspeito teria sido membro da Unidade 840 da Força Quds, o ramo do IRGC encarregado de realizar operações no exterior. Ele também estaria ligado a redes de contrabando de drogas.

De acordo com o relatório, o suspeito disse aos investigadores que recebeu US$ 150.000 para os preparativos para os assassinatos e receberia mais US$ 1 milhão se matasse os três alvos.

Uma vista do horizonte de Istambul com a icônica Torre Galata, 29 de janeiro de 2021. (AP Photo/Emrah Gurel)

Não houve comentários oficiais sobre o relatório da Turquia ou de Israel.

Em fevereiro, foi relatado que o Mossad ajudou a frustrar 12 complôs para realizar ataques terroristas contra israelenses na Turquia nos últimos dois anos, a maioria dos complôs ligados ao grupo jihadista Estado Islâmico.

Os relatórios de sábado sobre o ataque frustrado ao diplomata israelense vieram um dia depois do dia al-Quds, o nome árabe para Jerusalém, com os líderes e generais do Irã marcando a ocasião criticando Israel e evocando a destruição do estado judeu.

A tentativa de assassinato relatada também ocorre em meio ao aquecimento dos laços entre Jerusalém e Ancara, e as tentativas de ressuscitar o acordo nuclear entre o Irã e as potências mundiais falham.

No ano passado, a inteligência turca frustrou um plano iraniano de assassinar um empresário turco-israelense que mora em Istambul e é dono de uma empresa de engenharia especializada em tecnologia aeroespacial.

O ataque planejado seria uma retaliação pelo assassinato do chefe nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh em 2020, amplamente atribuído ao Mossad de Israel, disseram os relatórios, bem como um meio de impedir as relações de aquecimento entre Ancara e Jerusalém.

Os iranianos se preparam para incendiar uma bandeira israelense ao lado de uma foto do falecido general iraniano Qasem Soleimani durante um comício que marca o Dia de Al-Quds em Teerã, em 29 de abril de 2022. (AFP)

Nos meses que se seguiram à suposta tentativa de matar o empresário israelense, os laços entre Israel e a Turquia esquentaram ainda mais, com o presidente Isaac Herzog se encontrando com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan em Ancara no mês passado.

Lançada em 2017, a Iran International alcança milhões de iranianos no Irã e em todo o mundo. É considerado um meio de comunicação de oposição ao regime do Irã e ganhou manchetes por cobrir questões como violações de direitos humanos, direitos LGBTQ+ e direitos das mulheres no Irã.

Em fevereiro, o ex-presidente israelense e criminoso sexual condenado Moshe Katsav deu uma rara entrevista ao veículo.

Em 2018, o The Guardian informou que a emissora foi financiada por uma empresa ligada à Arábia Saudita. A Iran International negou o relatório.


Publicado em 01/05/2022 07h17

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