Irã diz que EUA estão ‘procrastinando’ no acordo nuclear enquanto líderes mundiais discutem progresso nas negociações


O Ministério das Relações Exteriores do Irã acusou os Estados Unidos de “procrastinar” para alcançar um renascimento do acordo nuclear de 2015.

“Os americanos estão procrastinando e há inação dos lados europeus… América e Europa precisam de um acordo mais do que o Irã”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, na segunda-feira.

“Até que concordemos em todas as questões, não podemos dizer que chegamos a um acordo completo”, disse ele, acrescentando: “Buscamos um bom acordo que garanta os interesses nacionais do Irã e seja duradouro. – Não seremos mordidos duas vezes.” Os comentários vêm dias depois que o Irã respondeu a uma proposta da União Europeia, o que disse ser uma “oferta final”, para reviver o acordo nuclear entre a República Islâmica e as potências mundiais.

A resposta do Irã à proposta não foi tornada pública. Os Estados Unidos disseram que estão estudando a resposta. Enquanto isso, os líderes dos Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido discutiram os esforços para reviver o acordo nuclear com o Irã em uma conversa conjunta no domingo, de acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca.

O presidente dos EUA Joe Biden, o presidente Emmanuel Macron da França, o chanceler Olaf Scholz da Alemanha e o primeiro-ministro Boris Johnson do Reino Unido “discutiram as negociações em andamento sobre o programa nuclear do Irã, a necessidade de fortalecer o apoio aos parceiros na região do Oriente Médio e esforços para deter e restringir as atividades regionais desestabilizadoras do Irã”, segundo o comunicado, focado na discussão dos líderes sobre a invasão russa da Ucrânia e a situação na Usina Nuclear de Zaporizhzhya.

O governo Trump retirou os EUA do acordo nuclear em 2018 e revogou as sanções ao Irã, levando o Irã a enriquecer urânio em níveis mais altos, violando o acordo. As conversas entre o Irã e as potências mundiais para reviver o acordo começaram em Viena em abril de 2021 e incluem os EUA indiretamente.


Publicado em 22/08/2022 16h39

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