Hamas executa 5 palestinos em Gaza, incluindo 2 por ‘colaborar’ com Israel

Ilustrativo: Uma forca é preparada para execução em Gaza em 2013 (AP/Ministério do Interior de Gaza)

Grupo terrorista diz que um homem foi condenado por fornecer a Israel informações sobre a localização das plataformas de lançamento de foguetes, outro por ajudar no ‘direcionamento e martírio de cidadãos’

O grupo terrorista Hamas anunciou no domingo que executou cinco palestinos na Faixa de Gaza, incluindo dois por “colaboração” com Israel.

“Na manhã de domingo, a sentença de morte foi executada contra dois condenados por colaboração com a ocupação (Israel) e outros três em casos criminais”, disse o Hamas, que governa Gaza, em comunicado.

Acrescentou que os réus já haviam recebido “todos os seus direitos de se defender”.

O Ministério do Interior do Hamas forneceu as iniciais e os anos de nascimento dos cinco palestinos executados, mas não deu seus nomes completos.

Os dois executados por “colaboração” com Israel eram dois homens nascidos em 1978 e 1968.

O mais velho dos dois era morador de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza bloqueada. Ele foi condenado por fornecer a Israel em 1991 “informações sobre homens da resistência, sua residência” e a localização de plataformas de lançamento de foguetes”, disse o Hamas.

O segundo foi condenado por fornecer a Israel em 2001 inteligência “que levou ao ataque e ao martírio de cidadãos” pelas forças israelenses, acrescentou o comunicado.

Fontes jornalísticas em Gaza informam que a partir das 05:00 (hora local), o Hamas iniciará a execução de cinco cidadãos de Gaza. Dos cinco, o Hamas condenou três por colaborar com #Israel

Os outros três executados no domingo foram condenados por assassinato, disse o comunicado.

Sven Kuehn Von Burgsdorff, embaixador da União Europeia na Judéia-Samaria e em Gaza, expressou preocupação com as execuções.

“O Hamas deve respeitar as obrigações da Palestina sob a lei internacional de direitos humanos”, disse ele, observando a “moratória sobre a pena capital” da Autoridade Palestina.

“As execuções são cruéis e desumanas e não podem, sob nenhuma circunstância, ser justificadas, pois negam às vítimas a dignidade humana”, disse ele em comunicado.

Omar Shakir, diretor de Israel e Palestina da Human Rights Watch, descreveu as execuções como “abomináveis”.

“A morte como punição sancionada pelo governo é uma prática bárbara que não tem lugar no mundo moderno”, escreveu ele no Twitter.

O Hamas adota uma abordagem rígida em relação a supostos colaboradores de Israel. O Estado judeu, junto com o Egito, colocou o enclave sob bloqueio desde que o grupo terrorista assumiu o poder em um golpe sangrento em 2007. Israel diz que o bloqueio é uma medida necessária para limitar a capacidade dos grupos terroristas de Gaza de se armarem.

A lei palestina exige a aprovação do presidente da Autoridade Palestina para a pena de morte, mas o Hamas em Gaza realizou execuções sem permissão de Mahmoud Abbas.

De acordo com dados de julho do grupo israelense de direitos humanos B’Tselem, o Hamas já havia sentenciado 13 pessoas à morte desde o início do ano, mas não realizou nenhuma execução. As últimas execuções do Hamas, segundo B’Tselem, foram três em 2017.

A comunidade internacional criticou repetidamente o uso da pena de morte pelo Hamas.


Publicado em 05/09/2022 11h31

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