À medida que o terrorismo se ergue, Israel tem que tomar decisões importantes

Forças de segurança no local do ataque a tiros em 8 de outubro de 2022 | Foto: Oren Ben Hakoon

É provável que os ataques de imitadores ocorram após o tiroteio mortal de sábado, o que significa que as próximas semanas serão marcadas por altas tensões.

O ataque a tiros em Jerusalém no sábado não foi uma surpresa. Há algum tempo, as autoridades de segurança soaram o alarme de que a motivação para se envolver em terrorismo atingiu novos recordes e que o volume de inteligência sobre possíveis ataques estava fora dos gráficos.

Em resposta a isso, Israel aumentou massivamente seu nível de tropas na capital, inclusive nos arredores da cidade e nos principais pontos de entrada. Simultaneamente, acelerou o ritmo operacional nas cidades palestinas próximas. Isso foi complementado por operações adicionais das IDF no norte de Samaria com o objetivo de conter o foco do terrorismo lá para que não haja efeito de transbordamento para a Judéia e Jerusalém (apenas recentemente um terrorista sênior foi detido no campo de refugiados de Jenin).

Como resultado, houve dois desenvolvimentos nos últimos dias. A primeira viu a Autoridade Palestina acelerar seu ritmo de operações, principalmente em Nablus, ao perceber que estava prestes a perder o controle do norte de Samaria a ponto de poder ser derrubado. A segunda fez com que organizações terroristas aumentassem sua postura terrorista – seja por meio de figuras de liderança na Jihad Islâmica Palestina e no Hamas fazendo declarações claras sobre prováveis ataques ou na forma de iniciativas locais de indivíduos e células. Muitos dos complôs são projetados para vingar as operações da IDF na Judéia e Samaria – cerca de 100 palestinos morreram em ataques desde o início do ano, a grande maioria dos quais eram terroristas.

Não está claro se o autor do ataque de sábado quis ferir as forças de segurança ou apenas alvejou as primeiras vítimas disponíveis. É provável que ocorram ataques de imitadores, o que significa que as próximas semanas serão marcadas por altas tensões.

No que diz respeito aos tomadores de decisão de segurança nacional de Israel, isso requer várias decisões rápidas. Primeiro, Israel deve isolar a Judéia e Samaria por um período mais longo que se estende além do feriado de Sucot (que já está em vigor)? Em segundo lugar, Israel deveria intensificar suas operações nas cidades palestinas para reforçar a dissuasão, mesmo que isso possa inflamar ainda mais as tensões? Terceiro, as forças devem ser reforçadas em Jerusalém com a visão – por mais dolorosa que seja – de que seria melhor tê-las na linha de fogo do que ter civis mortos por terroristas?


Publicado em 09/10/2022 13h53

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