Rússia abrirá filial da embaixada em Jerusalém

Benjamin Netanyahu e Vladimir Putin. (Avi Ohayon/GPO)

#Embaixada 

O desenvolvimento parece ir contra as preocupações levantadas pela Rússia no passado sobre tais movimentos que impedem um processo de paz no Oriente Médio.

Em um acordo histórico assinado no mês passado, a Rússia deve abrir uma nova filial de sua embaixada em Jerusalém como parte de um acordo imobiliário com o município.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou o desenvolvimento na sexta-feira, dizendo que o acordo sobre um terreno disputado no centro de Jerusalém, adquirido pela Rússia em 1885, foi assinado com o município de Jerusalém em 18 de maio.

A nova propriedade servirá como seção consular da embaixada, abrigando um complexo de edifícios que prestam serviços consulares aos residentes de Jerusalém e seus arredores, bem como diplomatas de habitação.

O desenvolvimento parece ir contra as preocupações levantadas pela Rússia no passado em relação ao reconhecimento do ex-presidente Donald Trump de Jerusalém como a capital de Israel e sua subsequente decisão de mudar a embaixada dos EUA para lá. Na época, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a mudança prejudicava as perspectivas de um processo de paz no Oriente Médio e, em fevereiro de 2019, a Rússia anunciou formalmente que não tinha intenção de transferir sua própria embaixada para Jerusalém.

A declaração do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que foi publicada pela primeira vez pelo jornal Israel Hayom, afirmou que a nova filial da embaixada seria, no entanto, aberta “em linha com o curso imutável de nosso país em direção a um acordo justo no Oriente Médio”.

Como parte do acordo, a cidade se comprometeu a não desapropriar o terreno em benefício de uma futura linha de metrô leve, optando por vias alternativas de transporte. A cidade também permitirá que a Rússia se registre como proprietária de uma área de 100 metros a ser usada para a estrada para o futuro complexo diplomático. Além disso, a cidade concordou em desistir de quaisquer processos ou demandas da Rússia, que tradicionalmente evita pagar impostos conforme exigido por lei.

Pelo acordo, o terreno receberá um status superior ao de um consulado e a construção do complexo deverá ser concluída em cinco anos.

O acordo, assinado no gabinete do prefeito no Dia de Jerusalém, é o resultado de seis meses de negociações envolvendo o prefeito Moshe Lion, o ministro das Relações Exteriores Eli Cohen (Likud), o embaixador russo em Israel Anatoly Viktorov, Sergei Makarov atuando em nome do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia Mikhail Bogdanov e outros.


Publicado em 16/06/2023 19h49

Artigo original: