Um estudo da Universidade Hebraica mostra que o reino começou a se expandir ao sul de Jerusalém já no século 10 aC, de acordo com os relatos bíblicos.
De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, o Reino de Judá se expandiu antes do que os arqueólogos acreditavam, confirmando os relatos bíblicos.
O artigo, do professor do Instituto de Arqueologia Yosef Garfinkel, apareceu recentemente na publicação do instituto, avaliada por pares, Jerusalem Journal of Archaeology.
No estudo, Garfinkel examina cinco locais em particular – Khirbet Qeiyafa, Beth Shemesh, Tell en-Naṣbeh, Khirbet ed-Dawwara e Lachish.
As descobertas de Garfinkel apóiam a afirmação de que o reino começou a se expandir na região de Shephelah a sudoeste de Jerusalém, uma área de transição de colinas onduladas entre a planície costeira a oeste e as montanhas da Judéia a leste, já no século X aC.
Isso contradiz as crenças anteriores de que a expansão ocorreu no final do século 9 ou 8 aC, 200 a 300 anos após o reinado do rei Davi.
Garfinkel explicou: “A evidência era conhecida antes, não é uma questão de novas descobertas. O que era necessário era que alguém aparecesse e observasse o quadro completo que essas descobertas retratam. Estou feliz por ter conseguido cumprir esse papel.”
As escavações que formaram a base dessas conclusões foram conduzidas por Saar Ganor, da Autoridade de Antiguidades de Israel, e pelo professor Michael Hazel, da Southern Adventist University, no Tennessee.
A datação radiométrica confirma que Khirbet Qeiyafa e Beth Shemesh datam do primeiro quarto do século 10 aC, quando se acredita que Davi governou da capital da Judéia, Jerusalém, como o terceiro rei do Reino Unido de Israel.
Na Bíblia, a expansão da Sefelá ao sul ocorreu durante a época do neto de Davi e filho e sucessor de Salomão, Roboão, que segundo relatos bíblicos foi o primeiro monarca do Reino de Judá após a divisão do Reino Unido de Israel.
Todas as cidades estudadas eram fortificadas com uma muralha de casamata, localizada na fronteira do reino e em uma estrada principal que conduzia ao reino, indicando que o Reino de Judá era forte na época, com capacidade para construir cidades bem fortificadas em suas fronteiras protegendo as principais estradas que levam à capital, Jerusalém.
“A descoberta de uma barreira nesta área efetivamente define os limites do núcleo urbano do Reino de David, pondo fim ao longo debate histórico em torno da existência do reino e suas fronteiras”, disse Garfinkel.
“Esta descoberta fornece evidências tangíveis no terreno, datadas do período relevante, apoiando os relatos bíblicos da expansão e fortificação do rei Roboão, conforme descrito no Livro das Crônicas. É um caso raro em que podemos apresentar evidências históricas e arqueológicas empíricas alinhadas com as narrativas bíblicas do século X a.C.”
Publicado em 27/06/2023 12h06
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