O chefe do partido islâmico, Mansour Abbas, está disposto a fazer parceria com Netanyahu na luta contra o crime árabe

Líder do partido Ra’am, Mansour Abbas (Avshalom Sassoni/Flash90)

#Árabes 

Se o aumento nos assassinatos continuar, 2023 está programado para ser o ano mais mortal já registrado para o setor árabe de Israel.

Um proeminente político árabe-israelense disse que estaria disposto a trabalhar em cooperação com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para combater o crime desenfreado nas comunidades árabes, que viu as taxas de homicídio aumentarem em 2023.

MK Mansour Abbas, que serviu como líder da coalizão no governo anterior chefiado pelo ex-primeiro-ministro Naftali Bennett, é o chefe do partido islâmico Ra’am.

Abbas, que supostamente estava em negociações com Netanyahu para apoiar um governo liderado por ele em 2021 antes que a ideia fosse anulada por outros potenciais partidos da coalizão, manteve relações cordiais com os partidos de direita Haredi e Likud.

Em entrevista à Rádio Nas, em língua árabe, na manhã de quarta-feira, Abbas disse que estaria interessado em fazer parceria com Netanyahu – em troca do primeiro-ministro o nomear como czar responsável pelo combate ao crime no setor.

Ele disse à Radio Nas que queria ver se Netanyahu está realmente falando sério sobre a luta contra assassinatos frequentes e extorsão em municípios árabes, como o primeiro-ministro havia declarado publicamente. “Gostaria de desafiar Netanyahu nisso, para ver se ele realmente se preocupa com o bem-estar dos cidadãos árabe-israelenses”, disse Abbas.

Na terça-feira, um árabe-israelense foi morto a tiros no norte de Israel, marcando a 125ª vítima de homicídio na comunidade em 2023. A vítima, identificada como Marhan Awaisy, era filho do vice-prefeito de Nazaré.

Segundo a ONG Abraham Accords, que monitora assassinatos na comunidade árabe, o número de assassinatos em 2023 já superou o total de 2022, que foi de 116.

Se o aumento nos assassinatos continuar, 2023 está programado para ser o ano mais mortal já registrado para o setor árabe de Israel.

Embora alguns políticos árabes tenham reclamado da suposta negligência do governo como a causa do crime, a polícia de Israel citou a falta de vontade de testemunhas e vítimas em cooperar com as autoridades ou testemunhar em tribunal como uma grande barreira para combater o crime.


Publicado em 20/07/2023 11h30

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