Ofensiva ‘diplomática’ multifacetada do Irã após ataque em Damasco – análise

Uma faixa anti-Israel em uma rua em Teerã, Irã, 2 de abril de 2024 (crédito da foto: MAJID ASGARIPOUR/WANA (AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA ÁSIA OCIDENTAL) VIA REUTERS)

#Irã 

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, destacou o ataque como “responsabilidade da administração americana”.

O Irã está empenhado na primeira parte da sua resposta a um ataque aéreo na segunda-feira em Damasco, que atribui a Israel.

Também culpa os Estados Unidos.

Isto mostra como o Irã está tentando ligar o incidente que matou vários membros importantes do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica a uma luta regional mais ampla, na qual o Irã está empenhado na tentativa de reduzir a influência dos EUA na região.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abdollahian, destacou o ataque ao complexo do consulado em Damasco e também procurou destacar o que o Irã afirma ser “responsabilidade da administração americana”.

O Irã enterrou membros do IRGC mortos em Damasco, que incluíam o comandante da Força Quds para operações na Síria e no Líbano, o brigadeiro-general Mohammad Reza Zahedi, seu vice e cinco de seus oficiais acompanhantes, de acordo com o Fars News pró-governo do Irã.

Entretanto, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, telefonou ao líder sírio Bashar al-Assad e atacou o Ocidente “por continuar fornecendo apoio financeiro e militar a Israel no meio da guerra de Gaza, e sublinhou que o regime sionista não adere a nenhuma das medidas humanitárias e princípios internacionais”, de acordo com um segundo relatório da Fars.

“Não há dúvida de que os sionistas e os seus apoiadores são responsáveis”, disse Raisi.

“O presidente sírio enfatizou que o regime sionista procura escapar do atoleiro em que está preso pela resistência palestina no enclave sitiado e enfatizou a necessidade de apoiar o eixo da resistência”, observou o relatório.

O PRESIDENTE DO IRÃ, Ebrahim Raisi, gesticula para o público ao terminar seu discurso na Assembleia Geral da ONU, na semana passada. (crédito: Mike Segar/Reuters)

Ao mesmo tempo, numa declaração à ONU, o enviado iraniano afirmou: “ontem, notificámos urgentemente os membros do Conselho de Segurança sobre mais uma violação flagrante do direito internacional cometida pelo regime israelense dentro do território sírio.

Tal como refletido na nossa carta, em 1 de abril de 2024, as nossas instalações diplomáticas em Damasco foram alvo de ataques terroristas perpetrados pelo regime israelense.

Sete ataques aéreos com mísseis a partir das Colinas de Golã ocupadas visaram específica e intencionalmente as instalações diplomáticas do Irã, incluindo o edifício da seção consular e a residência do embaixador.”


Publicado em 03/04/2024 11h00

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