Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas pede embargo de armas contra Israel

O Vice-Ministro, Alvin Botes, apresenta uma Declaração Nacional no Painel Anual de Alto Nível sobre Integração dos Direitos Humanos sob o tema “Trinta anos de implementação da Convenção sobre os Direitos da Criança: desafios e oportunidades”, no UNHRC, Genebra. (crédito da foto: FLICKR)

#ONU 

A resolução não mencionou o Hamas nem o condenou pela invasão de Israel em 7 de Outubro, na qual 1.200 pessoas foram mortas e 253 feitas reféns.

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas votou 28-5 a favor de um embargo de armas contra Israel, ao apelar a um cessar-fogo imediato em Gaza e exigir que o Estado judeu mantenha a sua responsabilidade de prevenir o genocídio, quando se reuniu sexta-feira em Genebra.

Treze dos 47 estados membros do UNHRC abstiveram-se do texto, que não mencionava o Hamas nem o condenava pela invasão de Israel em 7 de outubro, na qual 1.200 pessoas foram mortas e 253 feitas reféns.

Argentina, Bulgária, Alemanha, Malawi e Estados Unidos se opuseram à resolução.

Três países da União Europeia – Bélgica, Finlândia e Luxemburgo – apoiaram o texto.

Quatro países da UE – França, Lituânia, Países Baixos e Roménia – abstiveram-se.

‘Resolução de responsabilização’ Através do que foi apelidado de “resolução de responsabilização”, o UNRHC tem, pelo menos desde 2018, instado os estados membros da ONU a absterem-se de transferir armas para Israel nos casos em que suspeitam que possam ser utilizadas em violações dos direitos humanos.

Votação do UNHRC sobre o embargo de armas contra Israel, 5 de abril de 2024. (crédito: ONU)

À luz da guerra em Gaza, a resolução utilizou uma linguagem muito mais dura contra Israel, ao reescrever o que Israel já tinha visto como um texto problemático e tendencioso.

Apela a “todos os Estados para cessarem a venda, transferência e desvio de armas, munições e outro equipamento militar para Israel”.

O CDHNU apela ainda aos Estados-membros da ONU que se abstenham de “exportar, vender ou transferir produtos e tecnologias de vigilância e armas menos letais, incluindo tempos de dupla utilização, quando avaliarem que existem motivos razoáveis para suspeitar que tais produtos podem ser usado para violar… os direitos humanos.” O texto amplo apelava a um “cessar-fogo” imediato em Gaza, acusava Israel de “limpeza étnica? no enclave e instava os Estados-membros da ONU a impedirem a transferência forçada de palestinos do enclave.

O UNHRC expressou a sua grave preocupação com as declarações de responsáveis israelenses “que equivalem a incitação ao genocídio? e instou-o a “manter a sua responsabilidade legal de prevenir o genocídio”.

Num movimento rumo aos ataques contra Israel por parte do Hamas e de outros grupos terroristas, o UNHRC condenou o “disparo de foguetes contra áreas civis israelenses”.

Também condenou os “ataques contra civis, inclusive em 7 de outubro de 2023, e exige a libertação de todos os reféns restantes [em Gaza] e dos detidos [palestinos] [em Israel]”.


Publicado em 05/04/2024 17h42

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