Arábia Saudita reprime o sentimento anti-Israel e prende cidadãos por discurso incendiário

O príncipe herdeiro e primeiro-ministro saudita, Mohammed bin Salman, encontra-se com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, não retratado, em Jeddah, Arábia Saudita, quarta-feira, 20 de março de 2024. (Evelyn Hockstein/Pool Photo via AP)

#Saudita 

Cidadãos da Arábia Saudita têm sido cada vez mais presos por partilharem sentimentos anti-Israel nas redes sociais nos últimos meses, informa a Bloomberg, no meio de preocupações de Riad de que a guerra entre Israel e o Hamas, bem como os ataques lançados por outros representantes iranianos, enviarão o Médio Leste espiralando em uma guerra total.

Entre os detidos recentemente estava um executivo de uma empresa envolvida no plano do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman para fortalecer a economia, informa a Bloomberg, citando fontes não identificadas familiarizadas com o assunto.

O executivo teria feito comentários sobre a guerra em Gaza que foram considerados incendiários.

Outro detido teria apelado aos cidadãos sauditas para boicotarem as marcas de propriedade americana que operam no reino do Golfo.

Em declarações à Bloomberg, uma fonte próxima do governo saudita afirma que as detenções resultam de preocupações de que as influências pró-iranianas possam prejudicar a segurança do país.

O relatório afirma que não existem números precisos sobre o número de detenções efectuadas desde 7 de Outubro.

A repressão ocorre num momento em que os Estados Unidos continuam trabalhando com Riad para encontrar um caminho para a normalização com Israel.

Numa visita ao estado do Golfo no início desta semana, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que foi feito um trabalho intensivo durante a última semana para tentar forjar um acordo para este fim, e que o acordo está “potencialmente muito próximo da conclusão”.


Publicado em 02/05/2024 11h34

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