Papa Leão XIV encontra líderes judeus e reforça diálogo apesar de desafios

David Michaels, diretor de Assuntos Intercomunitários e da ONU na B”nai B”rith International, encontra-se com o Papa Leão XIV em uma audiência especial para líderes religiosos no Vaticano em 19 de maio de 2025. (Cortesia)

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Na segunda-feira, o Papa Leão XIV se reuniu no Vaticano com líderes religiosos, incluindo rabinos e representantes judeus, e destacou a importância de manter o diálogo entre cristãos e judeus, mesmo em momentos de dificuldades e desentendimentos

“Por causa das raízes judaicas do cristianismo, todos os cristãos têm uma relação especial com o judaísmo”, disse o papa. “O diálogo teológico entre cristãos e judeus é muito importante para mim. Mesmo em tempos difíceis, com conflitos e mal-entendidos, precisamos continuar esse diálogo tão valioso.”

O papa anterior, Francisco, enfrentou críticas de líderes judeus e israelenses por suas declarações sobre o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 e a guerra que se seguiu. Alguns acharam que ele comparou o ataque terrorista à resposta militar de Israel e não demonstrou suficiente apoio ao sofrimento dos judeus.

Seguindo os passos de Francisco, Leão XIV tem colocado a paz no centro de sua mensagem. Em sua primeira missa, no dia 11 de maio, ele pediu um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns. Porém, em sua posse no domingo, ao falar sobre zonas de guerra, ele mencionou as pessoas em Gaza “reduzidas à fome”, sem citar os reféns. Atualmente, há 58 reféns em Gaza, sendo que Israel acredita que 23 ainda estão vivos.

O Papa Leão XIV concedeu uma audiência especial às delegações ecumênicas e inter-religiosas que participaram da Missa Solene de Inauguração do seu Ministério Petrino. Em seu discurso, o Santo Padre destacou a ênfase do Papa Francisco na fraternidade universal. O Papa Francisco

Entre os líderes judeus que se encontraram com o papa estavam representantes do Comitê Judaico Americano, da B”nai B”rith Internacional e da Conferência de Rabinos Europeus.

David Michaels, da B”nai B”rith Internacional, contou ao jornal The Times of Israel que os representantes judeus foram os primeiros a falar com o papa, após outros líderes cristãos. Ele aproveitou para conversar em inglês com Leão, que é o primeiro papa americano da história.

“Eu disse a ele o quanto a relação entre católicos e judeus é importante para nós”, relatou Michaels. “Também falei que apoiamos sua busca pela paz, não só no Oriente Médio, mas em todo o mundo. Mas pedi que ele ajude a aumentar a compreensão e a empatia pelo povo de Israel.”

Michaels explicou ao papa que muitos israelenses e judeus se sentem isolados e marginalizados. “O papa reconheceu isso”, disse ele. “Ele admitiu que tem sido um período difícil. Senti sinceridade nele.”

Para o rabino Noam Marans, do Comitê Judaico Americano, o fato de o papa reconhecer os desafios logo no primeiro encontro foi um sinal positivo. “Isso mostra compromisso e evita esconder os problemas, o que é maduro”, afirmou ao The Times of Israel.

Membros da delegação judaica na posse formal do Papa Leão XIV na Praça de São Pedro em 18 de maio de 2025. (Foto AP/Stefano Costantino)

A delegação judaica também incluiu líderes da comunidade judaica italiana, como Victor Fadlun, presidente da Comunidade Judaica de Roma, o rabino-chefe de Roma, Riccardo Di Segni, e Milo Hasbani, vice-presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas.

“Desejei ao papa sucesso em seu trabalho e disse que precisamos consertar nossa relação. Ele respondeu de forma positiva”, contou Di Segni ao The Times of Israel. Ele espera que, como aconteceu com outros papas, a comunidade judaica de Roma seja convidada para uma audiência privada com Leão, mas isso pode levar tempo.

Michaels e Marans destacaram que o diálogo com o Papa Leão está apenas começando. Para Michaels, é essencial trabalhar não só com o Vaticano, mas também com líderes católicos locais. “As mensagens precisam chegar a todas as paróquias e fiéis, especialmente em regiões sem grandes comunidades judaicas ou sem experiência direta com a difícil história entre cristãos e judeus”, explicou.

Ele também enfatizou a importância de preparar futuras gerações de líderes católicos que entendam a relação com os judeus. “Este papa, sendo americano, parece sensível às mudanças trazidas pelo Concílio Vaticano II”, disse Michaels, referindo-se ao evento de 1962-1965 que melhorou muito a relação entre a Igreja Católica e os judeus. “Agora, precisamos nos preparar para o próximo papa e a próxima era, que podem ser mais centradas em lugares como África ou Ásia, onde a história do Holocausto e da perseguição aos judeus não é tão conhecida.”

Em seu discurso, o Papa Leão convidou os líderes religiosos a trabalharem juntos pela paz. “Num mundo ferido por violência e conflitos, cada comunidade aqui traz sua sabedoria, compaixão e compromisso com o bem da humanidade e a proteção do nosso planeta”, disse ele.

“Se estivermos unidos e livres de ideias políticas, podemos dizer “não? à guerra e “sim? à paz, “não? à corrida armamentista e “sim? ao desarmamento, “não? a uma economia que empobrece povos e o planeta e “sim? a um desenvolvimento completo”, concluiu o papa.


Publicado em 19/05/2025 23h28


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Texto adaptado por IA (Grok) do original. Imagens de bibliotecas de imagens ou origem na legenda.


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