Presumível ataque israelense matou 16 combatentes apoiados pelo Irã na Síria

Foto ilustrativa. As defesas aéreas da Síria respondem a alegados mísseis israelenses visando o sul da capital Damasco. (AFP)

A mídia estatal nega vítimas em ataque noturno, o segundo em uma semana após uma calmaria de um mês nos relatos de ataques das IDF

Um suposto ataque aéreo israelense matou 16 combatentes apoiados pelo Irã no leste da Síria na noite de quarta-feira, disse um grupo ligado à oposição síria.

A mídia estatal síria informou que Israel conduziu um ataque à base aérea T-4 perto de Palmyra às 22h23. Quarta-feira, disparando vários mísseis da região de al-Tanf controlada pelos EUA no leste da Síria, perto da fronteira com o Iraque.

As Forças de Defesa de Israel não comentaram os ataques relatados, de acordo com sua política.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, disse na quinta-feira que o aparente ataque israelense também tinha como alvo locais fora das cidades de Mayadeen e Bukamal, áreas que há muito eram suspeitas de ter presença iraniana.

De acordo com o Observatório, os 16 militantes mortos eram “combatentes paramilitares iraquianos leais ao Irã”, sete dos quais foram mortos fora de Mayadeen e nove perto de Bukamal.

Nem a mídia estatal síria SANA nem outros meios de comunicação no país relataram ataques nessas áreas na noite de quarta-feira, e o The Times of Israel não pôde verificar de forma independente as alegações do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

A SANA informou apenas sobre o ataque à base T-4, também conhecida como base Tiyas, que causou danos, mas sem vítimas.

Os militares israelenses há muito sustentam que a base T-4 é usada pelo Irã para transportar armas por toda a região, inclusive para o poderoso grupo terrorista Hezbollah, e para conduzir suas próprias operações. Em fevereiro de 2018, o IDF disse que as forças iranianas baseadas lá pilotaram um drone armado no espaço aéreo israelense antes de ser abatido por um helicóptero israelense. Na época, o IDF bombardeou a estrutura de comando e controle na base T-4 de onde o drone era operado.

Os ataques relatados na noite de quarta-feira ocorreram dois dias depois de Israel ter lançado mísseis contra alvos no sul da Síria, matando pelo menos dois soldados sírios. Uma mulher civil síria também teria sido morta quando um míssil militar antiaéreo sírio atingiu sua casa.

O ataque de segunda-feira à noite pareceu ser o primeiro ataque aéreo israelense a alvos na Síria desde um ataque de 20 de julho, no qual um combatente do Hezbollah foi morto, levando o grupo terrorista libanês a jurar vingança por sua morte e gerando tensões ainda não resolvidas.

Israel lançou centenas de ataques na Síria desde o início da guerra civil em 2011. Ele tem como alvo as tropas do governo, forças aliadas iranianas e combatentes do grupo terrorista xiita libanês Hezbollah.

Raramente confirma detalhes de suas operações no país, mas afirma que a presença do Irã em apoio ao presidente Bashar Assad e ao Hezbollah é uma ameaça e que continuará seus ataques.

Após o ataque de julho em que um combatente do Hezbollah foi morto, os militares israelenses entraram em alerta máximo ao longo da fronteira com o Líbano, preparando-se para um ataque do grupo. De acordo com o IDF, o grupo terrorista tentou se vingar das tropas israelenses várias vezes nas semanas seguintes, incluindo um ataque fracassado de atirador na noite de terça-feira.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu no domingo que seu grupo mataria um soldado israelense em retaliação pela morte de seu agente na Síria no mês anterior, a fim de estabelecer “dissuasão” contra Israel.


Publicado em 03/09/2020 09h54

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