O conselho palestino islâmico Fatwa proíbe o termo ´Acordos de Abraham´

A Mesquita de Al Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã, em Jerusalém [há opiniões diferentes mesmo entre os muçulmanos]. (Shutterstock)

Os líderes islâmicos palestinos emitem um decreto religioso proibindo os muçulmanos de apoiar os acordos que estabeleceram a paz entre Israel e os países árabes.

O principal órgão religioso islâmico palestino emitiu uma decisão na quarta-feira condenando o uso do termo “Acordos de Abraão” para se referir ao acordo histórico assinado na Casa Branca no ano passado, relata o The Jerusalem Post.

Os Acordos de Abraão são o termo dado ao primeiro acordo de paz árabe-israelense em 26 anos, começando com Israel e os Emirados Árabes Unidos e depois expandindo para incluir Bahrein, Sudão e Marrocos. Outros países deveriam aderir, de acordo com a administração Trump, que mediou os tratados, mas outros acordos foram suspensos, pelo menos temporariamente, com a derrota de Trump nas eleições de novembro.

A Autoridade Palestina expressou oposição violenta aos Acordos de Abraham ao quebrar seu estrangulamento diplomático de décadas sobre a paz no Oriente Médio, insistindo que nenhum país muçulmano negocie com Israel até que o problema palestino seja resolvido.

A fatwa do Supremo Conselho Palestino de Fatwa é a mais recente manifestação da oposição da AP.

O conselho se concentrou nos acordos nomeados em homenagem ao patriarca bíblico Abraão, que é reverenciado como o pai do Judaísmo, do Islã e do Cristianismo, as três religiões “abraâmicas”.

O conselho Supremo da Fatwa, que é responsável pelos assuntos religiosos islâmicos para os territórios palestinos em Gaza, Judéia e Samaria, decidiu que nomear a normalização como Acordos de Abraão ataca a fé muçulmana e a religião politizada.

O termo Acordos de Abraham é “uma forma de engano” que “beneficia o ocupante e constitui uma clara ameaça às causas de nossa nação, em primeiro lugar a causa palestina e a Mesquita de al-Aqsa”, decidiu o conselho.

Aqueles por trás do uso do termo “Acordos de Abraão” estavam procurando “redesenhar o mapa do Oriente Médio de acordo com o mapa do Grande Israel”, de acordo com o Conselho, informou o Post.

O conselho advertiu que os apelos para seguir os acordos e estabelecer a paz com Israel “são perigosos e equivalem a apostasia”.


Publicado em 28/01/2021 10h32

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