Ataques cibernéticos iranianos visam empresas israelenses da cadeia de suprimentos

Hacker. (shutterstock)

Apesar de emitir pedidos de resgate, os hackers supostamente usaram código que corrompeu informações roubadas, segundo especialistas renomados

As empresas israelenses estão sendo alvo de uma nova onda de ataques cibernéticos, e especialistas do setor dizem que o Irã é o provável culpado, informou o The Marker no domingo.

Incidentes recentes incluem ataques à empresa de logística Veritas e à Match Retail, que é representante da H&M em Israel.

“Em ambos os incidentes, muitos números foram roubados das organizações – no caso do Match, 110 gigabytes de informação, enquanto no caso da Veritas, nove gigabytes”, disse o relatório.

Um novo grupo, que se autodenomina Networm, está supostamente por trás de ambos os incidentes. Enviou um ultimato a ambas as empresas, exigindo centenas de milhares de dólares para evitar a exposição das informações roubadas.

Especialistas em segurança cibernética disseram que os ataques provavelmente não seriam incidentes comuns de resgate, acrescentando que tinham como objetivo embaraçar Israel.

“Acreditamos que este seja um atacante iraniano disfarçado de atacante russo”, disse Shay Pinsker, chefe de segurança ofensiva da OP Innovate, uma empresa de segurança cibernética.

Pinsker afirmou que o código usado pelos invasores corrompe as informações em vez de criptografá-las, levantando suspeitas de que os incidentes não são, na verdade, ataques de resgate.

Em 14 de abril, um oficial iraniano disse que milhares de centrífugas de enriquecimento de urânio foram danificadas ou destruídas em uma explosão três dias antes em sua instalação nuclear de Natanz. O Irã acusou Israel de estar por trás do incidente, descrevendo-o como sabotagem.

Em maio de 2020, relatos da mídia internacional vincularam Israel a um ataque cibernético ao Porto Shahid Rajaee do Irã, causando grande perturbação nas vias navegáveis e nas estradas que levam ao local.

O Washington Post citou autoridades governamentais americanas e estrangeiras avaliando que o incidente no porto foi uma retaliação por um ataque cibernético iraniano à rede de abastecimento de água de Israel no mês anterior, que teria sido malsucedido.


Publicado em 05/05/2021 10h05

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