O novo governo do Irã inclui dois homens que foram implicados no atentado a bomba de 1994 ao centro judeu AMIA em Buenos Aires, que matou 85 pessoas.
Na quarta-feira, o parlamento aprovou Ahmad Vahidi como ministro do Interior e Mohsen Rezai como vice-presidente de assuntos econômicos entre as 19 nomeações do presidente Ebrahim Raisi.
Em sua investigação do atentado, que também deixou 300 feridos, a Argentina disse que Vahidi e Rezai desempenharam papéis importantes. Ambos são listados pela Interpol com alertas vermelhos, o que significa que são procurados para prisão internacional.
Desde 2010, Vahidi está sujeito a sanções dos Estados Unidos, que buscam congelar quaisquer ativos que ele possa ter sob a jurisdição dos EUA. Ele chefiou a Força Quds, o braço paramilitar da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, na época do ataque de 1994, e foi Ministro da Defesa do Irã entre 2009 e 2013.
Instituições judaicas na Argentina e em Israel, assim como o governo argentino, criticaram a indicação de Vahidi.
“Esta decisão expõe mais uma vez o desprezo do governo iraniano pela justiça argentina e pelas vítimas do terrorismo”, disse o DAIA, guarda-chuva judeu argentino, quando Vahidi foi nomeado para o cargo de gabinete há duas semanas.
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina, em sua declaração na quarta-feira, exigiu que o Irã “coopere totalmente com os tribunais argentinos, permitindo que as pessoas que foram acusadas de participar do ataque contra a AMIA sejam julgadas”.
Publicado em 30/08/2021 20h03
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