
O novo governo sírio, pressionado pelos Estados Unidos e possivelmente por negociações com Israel, está restringindo a atuação de grupos palestinos apoiados pelo Irã, forçando sua saída do país e o desarmamento
Enquanto isso, a população local, como os moradores de Yarmouk, busca apenas paz após anos de guerra.
Grupos armados palestinos ligados ao ex-presidente sírio Bashar al-Assad, que recebiam apoio do Irã, deixaram a Síria devido à pressão do novo governo liderado por Ahmed Al-Sharaa, segundo fontes palestinas. Al-Sharaa assumiu o poder em dezembro após derrubar Assad, que tinha apoio iraniano.
A saída desses grupos ocorre após exigências dos Estados Unidos, que pediram ao novo governo sírio para combater grupos terroristas palestinos como condição para suspender sanções contra Damasco. Há também relatos não confirmados de que a Síria estaria negociando indiretamente com Israel sobre uma possível aproximação, embora líderes israelenses desconfiem de Al-Sharaa por seu passado ligado a grupos jihadistas.

A repressão não afetou a presença do Hamas, grupo baseado em Gaza e também apoiado pelo Irã, nem da Fatah, grupo secular que controla a Autoridade Palestina na Judéia-Samaria.
Um líder de um grupo palestino apoiado pelo Irã, que deixou a Síria após a queda de Assad, disse, sem revelar seu nome, que a maioria dos líderes dessas facções saiu de Damasco para países como o Líbano. Outro líder, ainda na capital síria, confirmou a informação.
Esse líder informou que os grupos entregaram todas as armas de suas sedes e membros às autoridades sírias, que também exigiram listas com os nomes de quem possuía armas individuais. Um terceiro representante de um grupo palestino em Damasco disse que, após a queda de Assad, as armas foram recolhidas pelos próprios grupos e entregues às autoridades, mas algumas armas leves foram mantidas para proteção, com autorização do governo.
No campo de refugiados palestinos de Yarmouk, nos arredores de Damasco, que foi destruído durante a guerra civil síria, bandeiras de facções que costumavam estar na entrada desapareceram, e os prédios dos grupos estão fechados e sem guardas, segundo fotógrafos da agência AFP. Outras sedes de facções em Damasco também parecem estar fechadas.

Histórico e contexto
Muitos palestinos fugiram para a Síria em 1948, após a criação de Israel, e, a partir dos anos 1960, o país passou a abrigar lideranças de grupos armados palestinos. Durante o governo de Assad, os grupos apoiados pelo Irã tinham grande liberdade de atuação.
Os Estados Unidos, que consideram alguns desses grupos como organizações terroristas, suspenderam recentemente as sanções contra a Síria. A Casa Branca informou que o presidente Donald Trump, em uma reunião na Arábia Saudita, entregou a Al-Sharaa uma lista de exigências, incluindo a expulsão de “terroristas palestinos”.
Esses grupos palestinos apoiados pelo Irã fazem parte do chamado “Eixo de Resistência”, uma aliança que inclui outros grupos do Líbano, Iraque e Iêmen, todos comprometidos com a destruição de Israel. Alguns desses grupos lutaram ao lado das forças de Assad durante a guerra civil iniciada em 2011.
No Líbano, um acordo com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, prevê que o desarmamento dos campos palestinos, onde as facções controlam a segurança, começará no próximo mês. Abbas também se encontrou com Al-Sharaa em Damasco no último mês.

Restrições e tensões
Um líder de um grupo palestino disse que, embora não tenham recebido ordens oficiais para deixar a Síria, enfrentaram restrições, como proibições de atuar e prisões de membros. As autoridades sírias também confiscaram propriedades, incluindo casas, escritórios, veículos e campos de treinamento militar.
No início deste mês, a Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG) informou que seu líder, Talal Naji, foi brevemente detido. Em abril, o grupo Jihad Islâmica disse que dois de seus membros, Khaled Khaled e Yasser al-Zafri, foram presos sem explicação e permanecem detidos.
Outro líder de um grupo que ainda está em Damasco, mas com presença reduzida, disse que há pouca cooperação com o novo governo sírio. “As respostas aos nossos contatos são frias ou demoradas. Nos sentimos como convidados indesejados, embora isso não seja dito claramente”, afirmou, também pedindo anonimato.
Um representante do Hamas em Gaza disse que o grupo mantém “canais de comunicação? com autoridades sírias, mas sua presença no país é mínima, já que o Hamas deixou a Síria no início da guerra civil, após apoiar demandas da oposição contra Assad.
A situação em Yarmouk
Marwan Mnawar, um aposentado que vive no campo de Yarmouk, disse que “ninguém sabe o que aconteceu com as lideranças das facções”. Ele acrescentou que “as pessoas só querem viver, estão exaustas? após anos de conflito e disputas entre grupos.
Publicado em 24/05/2025 01h05
Texto adaptado por IA (Grok) do original. Imagens de bibliotecas de imagens ou origem na legenda.
Artigo original:
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