Arábia Saudita reconhece ter ajudado a defender Israel contra o Irã

O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman participa de uma reunião com o presidente russo Vladimir Putin em Riad, Arábia Saudita, em 6 de dezembro de 2023.

(crédito da foto: Sputnik/Sergei Savostyanov/Pool via REUTERS)


#Saudita 

A Arábia Saudita reconheceu que ajudou a recém-formada coligação militar regional – Israel, Estados Unidos, Jordânia, Reino Unido e França – a repelir um ataque iraniano contra o Estado judeu na manhã de domingo, numa publicação invulgar no website da sua família real.

Referia-se a uma história no KAN News sobre o envolvimento saudita na operação militar defensiva em que 99% dos drones e mísseis iranianos foram destruídos antes de atingirem os seus alvos.

Muitos dos drones e mísseis tiveram de viajar pelo espaço aéreo jordaniano e saudita para chegar a Israel.

Riad admite sutilmente que desempenhou um papel na defesa contra o Irã

A Jordânia tornou público o seu envolvimento, enquanto o mais próximo que a Arábia Saudita chegou de reconhecê-lo foi a história que publicou no seu site, resumindo o que uma fonte da família real saudita disse ao KAN.

“O indivíduo reconhece sutilmente o suposto envolvimento da Arábia Saudita em impedir o ataque de drones iranianos com destino a Israel na noite anterior, citando que o espaço aéreo da Arábia Saudita intercepta automaticamente “qualquer entidade suspeita””, afirmou o relatório no site da família real.

An anti-missile system operates after Iran launched drones and missiles towards Israel, as seen from Ashkelon, Israel April 14, 2024. (credit: REUTERS/AMIR COHEN)

“A mesma figura ataca o Irã, acusando-o de instigar um conflito em Gaza. Isto, sugerem eles, é uma tentativa deliberada de desvendar o progresso estabelecido no sentido da normalização das relações com Israel, de acordo com o relatório do KAN”, acrescentou.

“Nas palavras do responsável, apresentadas pelo KAN, “o Irã é uma nação que apoia o terrorismo e o mundo deveria tê-lo restringido muito antes”, afirmou.

Nas semanas anteriores à invasão do Hamas em 7 de Outubro, os Estados Unidos estiveram envolvidos numa intensa atividade diplomática para promover um acordo tripartido que teria incluído um pacto estratégico entre Riad e Washington contra o Irã, um acordo de normalização com a Arábia Saudita e Israel, e um caminho renovado para a criação de um Estado palestino.

O ataque do Hamas, em 7 de Outubro, contra Israel frustrou esses esforços, mas não prejudicou a capacidade das potências ocidentais, com exércitos estacionados na região, para trabalharem em conjunto com parceiros árabes, incluindo a Arábia Saudita, para construir uma aliança militar contra o Irã.

As manobras militares defensivas conjuntas marcaram a primeira vez que os cinco exércitos, com a ajuda da Arábia Saudita, trabalharam juntos como uma coligação nascente para repelir um ataque iraniano.


Publicado em 15/04/2024 17h09

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