Árvore bíblica perdida é ressuscitada a partir de semente misteriosa de 1.000 anos encontrada no deserto da Judeia

Pesquisadores plantaram a semente antiga em 2010, mais de 20 anos depois de ter sido descoberta no deserto da Judeia. (Crédito da imagem: Dra. Sarah Sallon)

doi.org/10.1038/s42003-024-06721-5
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#Árvore 

Cientistas cultivaram uma semente antiga de uma caverna no deserto da Judeia e a transformaram em uma árvore – e ela pode pertencer a uma espécie localmente extinta com propriedades medicinais mencionadas diversas vezes na Bíblia.

Cientistas reviveram uma semente misteriosa de 1.000 anos descoberta no deserto da Judeia – e a árvore que cresceu a partir dela pode pertencer a uma linhagem perdida mencionada na Bíblia, eles dizem.

Os pesquisadores levaram quase 14 anos para cultivar uma árvore a partir da semente antiga, que os arqueólogos escavaram de uma caverna no final dos anos 1980. Apelidado de “Sheba”, o espécime enigmático agora tem cerca de 10 pés (3 metros) de altura, o que significa que os cientistas podem finalmente descrever suas características completas. Eles também foram capazes de realizar análises de DNA, químicas e de radiocarbono da árvore, revelando novas pistas sobre suas origens, de acordo com um estudo publicado em 10 de setembro no periódico Communications Biology.

A semente da qual Sheba cresceu data entre 993 e 1202 d.C., de acordo com o estudo. Provavelmente sobreviveu de uma população extinta de árvores que existiam no Levante Meridional, uma região que compreende Israel, Palestina e Jordânia dos dias atuais, e é o primeiro desse tipo sendo encontrado lá.

Notavelmente, os pesquisadores dizem que o espécime totalmente crescido pode ser a fonte do “tsori” bíblico – um extrato resinoso associado à cura em Gênesis, Jeremias e Ezequiel.

“A identidade do ‘tsori’ bíblico (traduzido em inglês como ‘bálsamo’) há muito tempo está aberta ao debate”, escreveram os pesquisadores no estudo. A substância está ligada à região histórica de Gileade, que fica a leste do Rio Jordão, entre o Rio Yarmuk e o extremo norte do Mar Morto. Agora, tendo revivido Sabá, a equipe acha que finalmente desvendou o mistério por trás do tsori bíblico.

Os pesquisadores identificaram Sheba como pertencente ao gênero Commiphora, que fica dentro da família da mirra e do olíbano (Burseraceae) e compreende cerca de 200 espécies de plantas vivas. As plantas Commiphora são encontradas principalmente na África, Madagascar e na Península Arábica. Ainda não está claro a qual espécie Sheba pertence, porque a árvore não floresceu e, portanto, não produziu o material reprodutivo de que os cientistas precisam para realizar análises mais detalhadas.


Publicado em 25/09/2024 16h46

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