Dois ministros de direita do novo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu partiram para o ataque depois que as tropas tiveram um confronto violento com colonos israelenses.
As tropas estavam removendo colonos israelenses que protestavam nas terras da Judéia-Samaria, onde os colonos haviam plantado árvores anos atrás. Os palestinos da região reivindicam a posse da terra. A Administração Civil das Forças de Defesa de Israel, que supervisiona a vida civil na Judéia-Samaria, ordenou a remoção das árvores há vários anos – uma decisão confirmada em 2021 pela Suprema Corte, que o governo está tentando diminuir os poderes.
As tropas da Polícia de Fronteira que chegaram na quarta-feira para realizar o desenraizamento foram recebidas por manifestantes de colonos, alguns dos quais se amarraram às árvores. Um vídeo mostra um manifestante resistindo à prisão; os policiais de fronteira o chutam e socam enquanto ele está caído. O Times of Israel informou que quatro policiais de fronteira foram suspensos após a ação.
Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional, e Bezalel Smotrich, ministro da Fazenda, expressaram indignação com o confronto. Smotrich exigiu que Netanyahu lhe desse o controle sobre assuntos civis na Judéia-Samaria – algo acordado quando seus partidos formaram uma coalizão de governo no final do ano passado. Smotrich, acreditando que já tinha tais poderes, planejou manter o pomar no lugar.
“Não em nosso governo!” Smotrich escreveu no Twitter. “Isso não pode continuar”, disse Ben-Gvir em um vídeo que postou nas redes sociais.
Em entrevista coletiva, Ben-Gvir sinalizou que estava ficando frustrado por trabalhar com Netanyahu, que suspendeu o desenraizamento após as denúncias. “Nós nos juntamos ao governo com base no compromisso de que seria um governo totalmente de direita, e essa política não pode continuar”, afirmou.
Dois legisladores do bloco Sionismo Religioso de extrema-direita, liderado por Smotrich, estavam no local e tentaram intervir. O vídeo mostra quatro policiais cercando uma delas, Limor Son Har-Melech, e não permitindo que ela avançasse, mas tomando cuidado para não tocá-la. Mais tarde, ela os acusou de agressão sexual. A Polícia de Fronteira negou a alegação.
A violência ocorre na mesma semana em que outro soldado foi condenado a 10 dias de detenção por chutar um jornalista palestino, um incidente que também foi registrado em vídeo.
Publicado em 17/02/2023 09h55
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