Israel elogia Brasil pelo apoio constante contra investigação de crimes de guerra do TPI

Chanceler Gabi Ashkenazi com o brasileiro FM Ernesto Araujo em Jerusalém, domingo, 8 de março de 2021 | Foto: Itamaraty

“É uma decisão que fere o direito internacional e afasta a possibilidade de avançar nas negociações entre Israel e os palestinos”, disse o chanceler Gabi Ashkenazi ao FM brasileiro Ernesto Araujo, em Jerusalém.

O ministro das Relações Exteriores, Gabi Ashkenazi, se encontrou com seu homólogo brasileiro, Ernesto Araujo, em Jerusalém no domingo e agradeceu a seu país por sua “posição firme contra a decisão do Tribunal Penal Internacional de lançar uma investigação [de crimes de guerra]” contra o Estado judeu.

“É uma decisão que fere o direito internacional e afasta a possibilidade de avançar nas negociações entre Israel e os palestinos”, sublinhou Ashkenazi na reunião.

Na semana passada, a promotora sênior do TPI Fatou Bensouda anunciou que havia aberto uma investigação formal sobre supostos crimes de guerra nos territórios palestinos, consistindo na Cisjordânia (Judéia e Samaria), Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza.

A decisão resultou em uma reação considerável em Israel, com autoridades pedindo aos aliados em todo o mundo que exerçam pressão diplomática contra o TPI.

Araujo e Ashkenazi discutiram posteriormente os desenvolvimentos no Oriente Médio, com o ministro israelense citando mudanças históricas que ocorreram depois que quatro nações árabes – Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos – assinaram os Acordos de Abraham.

Ashkenazi alertou sobre o aumento dos esforços iranianos nos últimos dias para desestabilizar a região.

“Nós identificamos claramente as impressões digitais do Irã em recentes tentativas de prejudicar alvos israelenses ao redor do mundo. A comunidade internacional deve garantir que o Irã interrompa seus esforços para atingir o limiar da tecnologia nuclear militar e cumpra seus compromissos até o último detalhe”, afirmou.

A delegação, que também incluiu o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso, Eduardo Bolsonaro – filho do presidente brasileiro Jair Bolsonaro – foi autorizada a entrar no país sem passar por quarentena, apesar da proibição geral de entrada de estrangeiros em Israel e da ameaça de um brasileiro Variante COVID-19.

Depois de se encontrar com Araujo, Ashkenazi disse que as partes estão “trabalhando juntas para expandir a cooperação entre nossos países na luta contra o vírus”. Ele disse que Israel “ajudará o Brasil de todas as maneiras possíveis e também explorará maneiras de aprofundar a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos e outras soluções para lidar com o vírus”.


Publicado em 08/03/2021 15h50

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