Lula, um socialista anti-Israel e pró-Irã volta ao poder no Brasil

O então presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, à esquerda, cumprimenta o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em 2009. (AP Photo/Andre Penner)

Uma corrida muito acirrada no Brasil parece ter sido vencida por Luiz Inácio Lula da Silva, um ex-presidiário que deu as boas-vindas ao ex-presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e colocou uma coroa de flores no túmulo de Yasser Arafat.

No domingo, parecia que as eleições do Brasil haviam sido vencidas pelo polêmico político socialista democrata Luiz Inácio Lula da Silva.

Da Silva foi presidente de 2003 a 2010, mas foi condenado em 2017 por corrupção e lavagem de dinheiro, cumprindo pena de prisão pelos crimes.

Sob o comando de Lula, “a diplomacia do Brasil assumiu uma postura bastante hostil em relação a Israel”, escreveu a assessora especial para assuntos latino-americanos da B’nai B’rith International, Adriana Camisar, em 2019. e, em 2010, até tentou impedir que os Estados Unidos e a União Europeia sancionassem o Irã por seu programa de desenvolvimento nuclear. O Brasil era um membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU na época e certamente ajudou o Irã a evitar sanções internacionais, pelo menos por um período de tempo.”

Em 2009, Lula recebeu o ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, um orgulhoso negador do Holocausto que supervisionou o reinado de terror do Irã, brutalizando dissidentes e minorias religiosas.

Em 2010, durante sua primeira visita oficial a Israel, Lula pulou uma visita ao túmulo de Theodor Herzl no 150º aniversário do pai fundador do sionismo, optando por colocar uma coroa de flores no túmulo do arquiterrorista palestino Yasser Arafat em Ramallah.

O governo de Lula também reconheceu oficialmente o estado palestino inexistente, e sua sucessora, Dilma Rousseff, deu as boas-vindas aos líderes palestinos para inaugurar sua primeira embaixada no Hemisfério Ocidental.

Segundo Camisar, “A tradicional postura anti-Israel do Itamaraty responde, em parte, a uma visão de mundo terceiro-mundista, profundamente enraizada na América Latina, que tem buscado manter distância dos Estados Unidos e, portanto, de um de seus principais aliados, o Estado de Israel. Essa visão de mundo se baseia em uma compreensão um tanto simplista da história latino-americana, segundo a qual os Estados Unidos são os culpados pela maioria dos problemas da região. Essa posição ideológica foi desastrosa para a região, pois gerou uma cultura de vitimização e o distanciamento de muitos governos latino-americanos das democracias do Ocidente para se aproximar de regimes sombrios como Irã, Rússia e China, entre outros.”

Camisar continuou: “A postura anti-Israel do Itamaraty também teve a ver com o desejo dos diplomatas de carreira brasileiros de eleger o Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, no caso altamente improvável de que o conselho seja reformado para incluir novos membros permanentes um dia. Para conseguir isso, esses diplomatas pensaram que seria necessário obter os votos dos países que compõem a Organização da Conferência Islâmica.”

Se o sucesso de Lula nas urnas for ratificado, ele terá derrotado o presidente Jair Bolsonaro, que prometeu transferir a Embaixada do Brasil para a capital de Israel, Jerusalém, e apoiou consistentemente o Estado judeu no cenário internacional.


Publicado em 01/11/2022 08h47

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