Netanyahu critica Lula por comparar a guerra do Hamas à Shoah

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu dá uma entrevista coletiva em Jerusalém, em 17 de fevereiro de 2024. Foto de Yonatan Sindel/Flash90.

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“Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e fá-lo ao mesmo tempo que defende o direito internacional”, disse Netanyahu.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou no domingo o presidente do Brasil por comparar a operação das Forças de Defesa de Israel contra o Hamas em Gaza ao assassinato em massa de judeus pelos nazistas durante o Holocausto, dizendo que a observação de Luiz Inácio Lula da Silva “ultrapassa a linha vermelha”.

“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e alarmantes. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender”, disse o gabinete de Netanyahu.

“Israel luta por sua defesa e por garantir seu futuro até a vitória completa e o faz respeitando o direito internacional”, afirmou o primeiro-ministro, acrescentando que consultou o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, e decidiu convocar o embaixador brasileiro para uma “severa reprimenda”.

Falando a repórteres à margem da 37ª cimeira da União Africana em Adis Abeba, Etiópia, no domingo, Lula afirmou que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, é um genocídio.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não aconteceu em nenhum outro momento da história. Na verdade, aconteceu: quando Hitler decidiu matar os judeus”, acrescentou o presidente de extrema-esquerda.

Demonização desprezível e anti-semita de Israel e dos judeus

Lula do Brasil diz que o que Israel está fazendo ao povo da Faixa de Gaza “nunca aconteceu antes na história, exceto o que Hitler fez aos judeus”.


O enviado brasileiro foi chamado ao Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém para uma reprimenda na segunda-feira, Katz tuitou na tarde de domingo, prometendo não deixar “ninguém” prejudicar o direito do Estado judeu à autodefesa.

O Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que Lula “apoia uma organização terrorista genocida – o Hamas – e ao fazê-lo traz grande vergonha ao seu povo e viola os valores do mundo livre”.

O Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, observou que embora as palavras de Lula sejam “desprezíveis”, elas “não são nenhuma surpresa quando se trata de um presidente corrupto, um defensor apaixonado do movimento [anti-Israel] BDS, a quem o Hamas considera como um bom amigo.”

Lula tem sido altamente crítico de Israel, criticando no final do ano passado o que chamou de “a insanidade do primeiro-ministro de Israel [em] querer destruir a Faixa de Gaza, mas esquecendo que não há apenas soldados do Hamas lá, mas também mulheres e crianças que são as grandes vítimas desta guerra.”


Brasil, Bolívia, Chile e Colômbia elegeram nos últimos anos líderes de extrema esquerda.

Em Novembro, a Bolívia anunciou que estava a cortar relações diplomáticas com o Estado judeu devido à guerra contra o Hamas, enquanto o Chile e a Colômbia chamaram de volta os seus embaixadores.

Os terroristas do Hamas assassinaram cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e feriram milhares de outras durante a invasão do noroeste do Negev pelo grupo terrorista, em 7 de Outubro. O grupo islâmico também fez 253 reféns de Israel, 134 dos quais permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza.


Publicado em 19/02/2024 00h58

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