Netanyahu visitará a China em meio a tensões com os EUA

O primeiro-ministro Netanyahu se encontra com o presidente chinês Xi Jinping em Pequim, março de 2017. (GPO/Haim Zach)

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O movimento indica a busca de Israel por oportunidades diplomáticas alternativas em meio ao desprezo contínuo do presidente Biden.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deve visitar a China no próximo mês, em um movimento que é visto como minando o relacionamento de Jerusalém com Washington, informou o Times of Israel, citando fontes próximas ao assunto.

A visita visa, entre outras coisas, demonstrar aos EUA que Netanyahu tem outras vias diplomáticas a seguir, em meio ao aumento da distância entre os dois aliados.

O presidente Joe Biden continua mantendo Netanyahu à distância, após sua admissão em março de que Netanyahu não seria convidado para a Casa Branca no curto prazo.

Enquanto estiver na China, Netanyahu se reunirá com o presidente Xi Jinping e outros líderes chineses. Contatos avançados foram mantidos nos últimos dias entre os escritórios dos dois líderes para organizar a visita, embora nenhuma data específica tenha sido dada, e nem Jerusalém nem Pequim anunciaram oficialmente planos para a visita, disse o relatório.

Uma fonte diplomática comentou: “Netanyahu não vai ficar esperando por um convite que não está chegando para visitar a Casa Branca. Ele também está trabalhando em canais paralelos. A China intensificou seu envolvimento no Oriente Médio ultimamente, e o primeiro-ministro precisa estar lá para representar os interesses de Israel”.

A visita à China também é significativa à luz da crescente influência de Pequim no Oriente Médio. Em março, a China intermediou a retomada das relações diplomáticas entre o Irã e a Arábia Saudita, e espera-se que Netanyahu busque avançar nas relações com a Arábia Saudita com a ajuda da China, uma medida que pode não ser bem recebida em Washington, que tem pressionado pela normalização. entre Riade e Jerusalém.

A China também aumentou suas relações com a Autoridade Palestina. Durante uma visita oficial a Pequim na semana passada pelo presidente da AP, Mahmoud Abbas, a China apresentou um novo plano para resolver o conflito israelense-palestino.

A viagem de Netanyahu foi descrita por fontes importantes como “quebra de estrutura”, informou o Times of Israel, dada a influência de longa data dos EUA no Oriente Médio e a posição de Israel como os principais aliados dos Estados Unidos na região. A visita de Netanyahu a Pequim pode sinalizar uma mudança nessa relação e um impulso significativo para a influência da China no Oriente Médio.

O presidente Isaac Herzog deve visitar a Casa Branca dentro de três semanas.


Publicado em 29/06/2023 10h04

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