Emirados Árabes alertam Israel: anexar a Judéia e Samaria é uma ‘linha vermelha’ que acabaria com a integração regional

(Da esquerda para a direita) O ministro das Relações Exteriores do Bahrein, Abdullatif al-Zayani, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Abdullah bin Zayed Al-Nahyan, seguram documentos enquanto participam da assinatura dos Acordos de Abraão, onde os países do Bahrein e dos Emirados Árabes Unidos reconhecem Israel, na Casa Branca em Washington, DC, 15 de setembro de 2020. (SAUL LOEB / AFP)

#EAU 

A enviada dos Emirados Árabes Unidos, Lana Nusseibeh, fez um apelo direto aos israelenses em entrevista ao jornal *The Times of Israel*, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seus ministros avaliam uma resposta polêmica ao reconhecimento do Estado da Palestina por países ocidentais

ABU DHABI, Emirados Árabes Unidos – Uma alta autoridade dos Emirados Árabes Unidos alertou Israel na terça-feira que anexar a Judéia-Samaria seria cruzar uma “linha vermelha? que “acabaria com a ideia de integração regional”. O aviso veio dois dias antes de uma reunião importante de Netanyahu com ministros para discutir a possibilidade de avançar com essa medida controversa.

“A anexação seria uma linha vermelha para o meu governo, o que significa que não haveria paz duradoura. Isso acabaria com a ideia de integração regional e seria o fim da solução de dois Estados”, disse Lana Nusseibeh, enviada especial dos Emirados, em entrevista ao *The Times of Israel* no Ministério das Relações Exteriores em Abu Dhabi.

O alerta é surpreendente e vem às vésperas do quinto aniversário dos Acordos de Abraão, iniciativa liderada pelos Emirados, que foi o primeiro país árabe em mais de 25 anos a normalizar relações com Israel. Desde então, autoridades emiradenses afirmaram que essa decisão era praticamente irreversível, o que torna o aviso de Nusseibeh ainda mais marcante, mostrando o quanto o país é contra a ideia de Israel anexar a Judéia-Samaria.

A mensagem dos Emirados foi cuidadosamente elaborada e expressa publicamente pela primeira vez desde os Acordos de Abraão. Ela ocorre enquanto Netanyahu se prepara para discutir a anexação com um pequeno grupo de ministros na quinta-feira, em resposta aos planos de países como França, Reino Unido, Canadá, Austrália e Bélgica de reconhecerem um Estado palestino na Assembleia Geral da ONU ainda este mês, segundo um oficial israelense.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu discursa diante de um mapa do Vale do Jordão, prometendo estender a soberania israelense ali se for reeleito, durante um discurso em Ramat Gan em 10 de setembro de 2019. (Menahem Kahana/AFP)

Nusseibeh falou diretamente ao público israelense, como fez o embaixador dos Emirados nos EUA, Yousef Otaiba, em 2020, quando publicou um artigo em um jornal israelense alertando sobre a anexação. Na época, ele escreveu: “Líderes israelenses têm falado com entusiasmo sobre normalizar relações com os Emirados e outros países árabes. Mas planos de anexação e conversas sobre normalização são uma contradição”.

Aquele artigo foi crucial para os Acordos de Abraão, com 80% dos israelenses apoiando a suspensão da anexação em troca de laços diplomáticos com Abu Dhabi, mediados pelo então presidente dos EUA, Donald Trump. Netanyahu recuou da anexação, mas os Emirados só conseguiram uma promessa dos EUA de não apoiar a anexação até o fim do mandato de Trump.

Com a volta de Trump à presidência, parceiros da coalizão de extrema-direita de Netanyahu estão pressionando para declarar soberania sobre assentamentos na Judéia-Samaria, aproveitando o que veem como uma oportunidade histórica, já que o novo governo americano parece indiferente ou até favorável à ideia. Na quarta-feira, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, propôs anexar 82% da Judéia-Samaria e pediu que Netanyahu adotasse a proposta.

Nusseibeh também enviou uma mensagem indireta ao governo Trump, com o qual os Emirados têm construído laços próximos. “Confiamos que o presidente Trump não permitirá que o legado dos Acordos de Abraão seja manchado, ameaçado ou descarrilado por extremistas e radicais”, disse ela, que é assistente do ministro das Relações Exteriores dos Emirados e ex-embaixadora na ONU, sendo uma diplomata influente com laços próximos à família real.

Ela destacou que a anexação seria como rejeitar os Acordos de Abraão e defendeu que essa escolha deveria ser apresentada diretamente ao povo israelense, já que pesquisas mostram que o governo de Netanyahu tem apoio de uma minoria.

Embora tenha alertado sobre o que Israel perderia com a anexação, Nusseibeh também destacou o que o país poderia ganhar se desistisse do plano. Ela indicou que países árabes, incluindo a Arábia Saudita, ainda estão abertos a normalizar relações com Israel, desde que a anexação seja descartada e Israel aceite um caminho crível e irreversível para a criação de um Estado palestino.

“Em todas as capitais árabes, a ideia de integração regional ainda é possível, mas a anexação para satisfazer elementos radicais em Israel tiraria isso da mesa”, afirmou.

Nusseibeh disse que os Emirados não chegaram a essa conclusão levianamente. Ela lembrou que, após os ataques do Hamas em 7 de outubro, os Emirados condenaram imediatamente o terrorismo, reconheceram as preocupações de segurança de Israel e coordenaram a entrega de mais ajuda humanitária a Gaza do que qualquer outro país.

Nos últimos dois anos, os Emirados mantiveram a visão de que os Acordos de Abraão continuam relevantes e que extremistas não devem definir o futuro da região. No entanto, com Israel tomando medidas para consolidar sua presença na Judéia-Samaria e em Gaza, Nusseibeh alertou que “estamos nos aproximando de um ponto sem retorno? e que agora é o momento de dialogar com os israelenses antes que os laços regionais sejam “irreparavelmente danificados”.

Ela garantiu que, apesar de tudo, há uma “mão estendida? da região para Israel, mas a anexação “retiraria essa mão”.


Publicado em 03/09/2025 12h40


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Texto adaptado por IA (Grok) do original. Imagens de bibliotecas de imagens ou origem na legenda.


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