A Liga Árabe permaneceu calada sobre os acordos de paz entre os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Israel, gerando fúria e preocupação entre a liderança palestina. “Esses acordos marcam um dia negro na história da nação árabe e uma derrota para a Liga Árabe”, declara o primeiro-ministro Mohammad Shtayyeh.
O governo da Autoridade Palestina pediu na segunda-feira ao presidente Mahmoud Abbas que “reconsiderasse” os laços de Ramallah com a Liga Árabe na esteira do que chamou de “impotência” do fórum pan-árabe vis-à-vis o crescente impulso para a paz regional que é independente de a causa palestina.
As facções palestinas criticaram os estados do Golfo Pérsico Bahrein e Emirados Árabes Unidos por buscarem uma reaproximação com Israel antes que o conflito israelense-palestino seja resolvido, condenando Abu Dhabi e a ação de Manama como uma “facada nas costas”.
A Liga Árabe permaneceu calada sobre os acordos de paz, gerando fúria e preocupação entre a liderança palestina, que teme que os ventos de mudança que sopram pela região marginalizem a questão palestina.
“A Liga Árabe se tornou um símbolo da fraqueza árabe”, afirmou o primeiro-ministro da AP, Mohammad Shtayyeh, na segunda-feira.
Ramallah já chamou de volta seus enviados em Abu Dhabi e Manama em protesto contra os acordos de paz dos xeques com o Estado judeu.
Uma possível saída da Liga Árabe poderia minar a Autoridade Palestina em mais de uma maneira. Isso irá distanciá-los ainda mais das 20 nações que compõem o poderoso fórum, e também pode sair pela culatra – levando mais países árabes a normalizar suas relações com Israel.
“Esses acordos de paz matarão a iniciativa de paz árabe”, disse Shtayyeh, referindo-se ao esboço saudita de 2002 para resolver o conflito israelense-palestino.
“A assinatura desses acordos é um dia negro na história das nações árabes e é uma derrota para a Liga Árabe.”
De acordo com o primeiro-ministro palestino, “Conseguimos frustrar grande parte do ‘acordo do século’ [do presidente americano Donald Trump] apenas para nos encontrarmos lutando com os Emirados Árabes Unidos e Bahrein.”
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gabi Ashkenazi, exortou os palestinos a abandonar sua política de rejeição e retomar as negociações de paz com Israel.
Em entrevista a uma publicação dos Emirados, Ashkenazi saudou o príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, Mohammad bin Zayed, como “um verdadeiro líder que conduz seu povo à prosperidade e ao sucesso”.
“Apreciamos a visão e o papel pioneiro de [Bin Zayed], que entrará nos livros de história ao lado dos líderes mundiais da paz, graças à sua decisão corajosa”, disse Ashkenazi.
“Peço à liderança palestina que compreenda a realidade, seja responsável, desempenhe um papel de liderança – como fizeram os Emirados Árabes Unidos e Bahrein – e retorne à mesa de negociações”, acrescentou.
Publicado em 17/09/2020 22h09
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