O presidente Biden instou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em seu apelo na segunda-feira, a concordar com uma pausa de três dias nos combates para permitir o progresso na libertação de alguns dos reféns detidos pelo Hamas em Gaza, disseram duas autoridades dos EUA e de Israel.
Panorama geral: De acordo com uma proposta que está sendo discutida entre os EUA, Israel e Catar, o Hamas libertaria de 10 a 15 reféns e aproveitaria a pausa de três dias para verificar as identidades de todos os reféns e entregar uma lista de nomes dos pessoas que está detendo, disse a autoridade dos EUA.
– Pelo menos 240 pessoas foram sequestradas durante o ataque terrorista do Hamas em Israel, em 7 de outubro, segundo autoridades israelenses. O Hamas libertou duas idosas israelenses e dois americanos.
– De acordo com a avaliação israelense, o Hamas mantém cerca de 180 reféns, a Jihad Islâmica Palestina mantém 40 e pessoas pouco afiliadas às facções militantes mantêm cerca de 20, disseram duas autoridades israelenses.
– O Hamas afirmou num comunicado na terça-feira que estava pronto para libertar 12 cidadãos estrangeiros que mantém como reféns, mas não conseguiu devido aos ataques aéreos e às operações terrestres de Israel.
Nos bastidores: As duas autoridades dos EUA e de Israel disseram que Netanyahu disse a Biden que não confia nas intenções do Hamas e não acredita que eles estejam prontos para concordar com um acordo em relação aos reféns.
– Ele também disse que Israel poderia perder o atual apoio internacional que tem para a operação se os combates pararem por três dias, disseram as autoridades.
– O responsável israelense disse que parte da reserva de Netanyahu se deve ao fato de o Hamas ter atacado um grupo de soldados israelenses, raptado um deles e matado vários outros durante uma pausa humanitária durante a guerra de 2014.
– O Gabinete do Primeiro Ministro israelense não quis comentar.
– A Casa Branca citou trechos da ligação de terça-feira entre Biden e Netanyahu, que dizia que os dois líderes “discutiram os esforços em andamento para garantir a libertação dos reféns detidos pelo Hamas”. A Casa Branca acrescentou que não comenta as conversas privadas de Biden.
Nas entrelinhas: Um alto funcionário dos EUA disse aos repórteres na sexta-feira que a natureza indireta e complicada das negociações de reféns dificultou o progresso nas negociações.
– A administração Biden tem trabalhado principalmente na questão através do governo do Qatar, onde estão baseados alguns líderes do Hamas.
– O diretor da CIA, Bill Burns, está no Oriente Médio esta semana e parte de seu foco é a libertação dos reféns. Ele manteve conversações em Israel e se reunirá com autoridades do Catar ainda esta semana.
Situação: Após sua reunião com o secretário de Estado Tony Blinken em Tel Aviv na sexta-feira, Netanyahu rejeitou o pedido dos EUA para uma pausa humanitária e disse que Israel só concordaria com um cessar-fogo temporário se os reféns fossem libertados.
– Uma autoridade israelense disse que Netanyahu vê uma pausa de três dias nos combates como um cessar-fogo e não acredita que seja necessária uma grande janela de tempo para libertar um número tão pequeno de reféns.
– Netanyahu pareceu mais aberto a algum tipo de pausa mais curta. “No que diz respeito a pequenas pausas táticas, uma hora aqui, uma hora ali. Já as tivemos antes. Suponho que verificaremos as circunstâncias para permitir a entrada de mercadorias, bens humanitários, ou nossos reféns, reféns individuais, para vá embora”, disse ele à ABC News em uma entrevista que foi ao ar várias horas depois de sua ligação com Biden.
Publicado em 08/11/2023 01h04
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