A Guerra dos Seis Dias

Infográfico da Guerra dos Seis Dias

A preparação dos árabes para a guerra começou um ano antes em 1966 quando o Egito e a Síria formaram um pacto, com a Jordânia sem juntando ao pacto logo depois.

Em maio de 1967 as ameaças do presidente Nasser se concretizaram, com o país fechando o estreito de Tiran aos israelenses.

Esse movimento foi influenciado por um falso relatório dos russos, que indicava que os israelenses estavam concentrando tropas na fronteira com a Síria, o que não era verdade. Ainda não se sabe se esse relatório russo foi premeditado ou se, de fato, foi uma falha dos seus serviços de informações.

Além de fechar o estreito, o Egito enviou várias divisões tropas para a fronteira com Israel, ao longo da Península do Sinai, com o Iraque enviando uma grande força expedicionária para a Jordânia, declarando publicamente que participaria numa eventual guerra com Israel.

Já a Síria enviou tropas para as colinas de Golan, preparando-se para uma invasão coordenada com os demais países árabes.

Em junho de 1967 era essa a situação de Israel:

– Ao sul, cercado por 150 mil soldados egípcios.

– Ao leste e nordeste, por 300 mil jordanianos, sírios e iraquianos,

– Acompanhados por mil aviões de combate e 2500 blindados e 1000 peças de artilharia.

– Nessa época Israel contava com 50 mil soldados na ativa, 215 mil na reserva, 300 avioes de combate e 700 blindados.

450 mil soldados árabes contra 50 mil soldados na ativa e 215 mil na reserva.

As perspectivas para Israel eram tenebrosas.

Em termos de blindados os árabes estavam equipados com blindados russos T-34/85 e T-54/55. Os israelenses estavam equipados com blindados norte-americanos, britânicos e franceses, com destaque para o M48 Patton, o britânico centurion e o fancês AMX-13.

Em termos de aviões os árabes operavam na sua maioria com aviões soviéticos, especialmente os MIG-21, Mig-19 e Mig-17.

Já os israelenses estavam equipados na sua maioria com caças franceses, com destaque para ao Mirage III Diante dessa situação terrível, cercados por milhares de soldados, quando os árabes aguardavam apenas uma ordem para atacar de 3 regiões diferentes, Israel tinha apenas uma opção: Atacar primeiro.

E foi assim que no dia 5 de Junho de 1967, exatamente às 7h45 da manhã, 178 caças israelenses, de um total de 200, atacaram bases aéreas no interior do Egito. Os israelenses seguiram uma rota pelo Mediterrâneo, entrando no Egito pela retaguarda e voando a muito baixa altitude para evitar os radares, apanhando os egípcios totalmente desprevenidos.

De acordo com algumas fontes quase 340 caças e bombardeiros egípcios foram destruídos ainda no solo, o que equivalia a praticamente toda a força aérea egípcia.

No espaço de apenas 30 minutos a força aérea israelense destruiu mais de 90% da força aérea egípcia ao custo de apenas 3 aviões abatidos e 4 danificados.

Mais de 90 caças Mig-21, os mais temidos e modernos do mundo, foram destruidos ainda no solo. Ao mesmo tempo em que decorria esse ataque aéreo, 35 mil soldados israelenses apoiados po 30 mil reservistas e 500 blindados avançaram contra os 100 mil soldados e 900 soldados egípcios que estavam entrincheirados no Sinais

Os israelenses aproximaram-se da fronteira durante a noite, pegando mais uma vez os egípcios de surpresa pois eles esperavam que os israelenses estivessem concentrados na fronteira com a Síria no norte.

O avanço dos israelenses pela península do Sinai foi extremamente rápido e implacável com colonas blindads e motorizadas atravessando as linhas egípcias em diversos pontos, com pelotões inteiros do exército egípcio sendo cercados e rendidos em questão de minutos, com muitos soldados confusos diante da presença israelense.

Durante praticamente todo o dia os egípcios não conseguiram coordenar uma linha de defesa, com colunas israelenses avançando em praticamente todos os pontos em direção ao interior do Sinai.

No final do dia os israelenses alcançaram uma tripla linha de defesa montada às pressas pelos egípcios em Um-Katef (Umm-Qatef) que às 22h foi atacada por ma pesada barragem de artilharia, com mais de 6 mil projéteis sendo disparados em apenas 20 minutos, sendo até hoje considerada a mais pesada barragem de artilharia de todo o exército israelense.

Ao mesmo tempo com a força aérea israelense dominando os céus, colunas egípcias de blindados e infantaria eram atacadas na retaguarda, impedindo o reforço da linha de frente. No dia seguinte, em 6 de junho, Abu-Ageila foi atacada pela 26ª divisão de blindados, comandada pelo General Ariel Sharon, que mais tarde foi primeiro ministro de israel, entre 2006 e 2010.

No final do dia a região era conquistada ao custo de 14 mortos e 41 feridos do lado de Israel, contra 300 mortos e mais de 100 prisioneiros egípcios.

Com a derrota em Abu-Ageila e com a perda da sua força aérea, no final do dia o presidente Nasser ordenou o recuo de todas as forças egípcias de península do Sinai, mas não foram dadas e instruções detalhadas.

Como resultado o recuo foi desesperado e desorganizado com os soldados egípcios sendo alcançados e atacados pelo israelenses que avançavam de forma coesa em praticamente toda a região.

De acordo com algumas fontes, no espaço de apenas 2 dias, 10 mil soldados egípcios foram mortos com outros milhares, morrendo de fome, sede e insolação no deserto.

Na noite entre os dias 7 e 8 de junho, apenas 3 dias após o início da guerra, o exército israelense alcançou o golfo e o canal de Suez, capturando toda a península do Sinai e cercando o que restava do exército egípcio na região.

Mais ao norte, contra os exércitos jordanianos, iraquianos e sírios, a estratégia israelense foi a de se manter na defensiva. No entanto, o presidente egípcio Nasser, ao constatar sua derrota iminente logo ao fim de 24h de guerra, enviou relatórios falsos aos jordanianos, nos quais indicava que os egípcios estavam vencendo a guerra. Nesse relatório o presidente Nasser pedia também que os exércitos da Jordânia avançassem pelo norte para tornar a vitória ainda mais completa.

As 10 e meia da manhã do dia 5 de junho quando praticamente toda a força aérea egípcia já estava destruída, Israel mandou uma mensagem ao rei Hussein da Jordânia, pedindo que a Jordânia mantivesse-se fora da guerra.

A resposta do rei da jordânia foi “tarde demais, os dados estão lançados”. O rei jordaniano, motivado pelo resultado falso do presidente Nasser, partindo do princípio que o exército israelenses estava sendo massacrado pelo Egito no sul, ordenou às 11h15 da manha do dia 5 de junho o avanço das suas forças.

Como resposta, Israel atacou as bases da jordânia, às 13h, exatamente no momento em que os aviões jordanianos estavam reabastecendo, resultando na destruição de praticamente toda a força aérea do rei Hussein.

Em terra Israel avançou e cercou Jerusalém, resultando em uma batalha urbana tremendamente sangrenta, com as forças jordanianas entrincheiradas em praticamente todos os edifícios da cidade.

Entre os dias 5 e 7 de junho a região de Jerusalém foi palco de batalhas impiedosas, o mesmo acontecendo ao longo de toda a tríplice fronteira entre Israel, Síria e Jordânia.

Os sírios, também motivados pelo relatório falso do presidente egípcio, juntaram-se à ofensiva, mas o seu avanço foi imediatamente interrompido pelas forças israelenses na região, com os sírios limitando-se a bombardear as cidades e aldeias israelenses, próximas à fronteira.

Mas nas colinas do Golan, ocorreram intensas batalhas em bunkers, zonas urbanas e posições fortificadas, com os israelenses, armados com submetralhadoras Uzi em vantagem sobre os sírios, armados com grandes fuzis de assalto AK47, mais indicados para o combate em áreas abertas.

Seis dias após o início da guerra, Israel tinha conquistado toda a península do Sinai, a Faixa de Gaza, as colinas de Golan, a Cisjordânia. No total, cerca de mil soldados israelenses foram mortos e 4500 ficaram feridos. Entre os árabes, o número de mortos ronda os 15 mil, com mais de 20 mil feridos e dezenas de milhares capturados. Um vergonhoso armistício foi assinado pelos árabes no dia 10 de junho, com Israel emergindo vitorioso, deixando para trás um exército egípcio praticamente em ruínas.

Os locais sagrados para os judeus em jerusalém foram recuperados com destaque para o muro das lamentações, de onde tinham sido expulsos em 1948. 9 dias após a sua estrondosa vitória, Israel ofereceu ao Egito e à Síria a devolução de todos os territórios conquistados e, em troca, pediu apenas que esses países reconhecessem a existência de Israel. Mas em setembro de 1968 a resposta dos árabes foi “nenhum país árabe irá reconhecer Israel, não haverá paz e não haverá negociação”.

Nesse meio tempo todo o bloco soviético cortou relações diplomáticas com Israel, com os russos iniciando imediatamente e reconstrução de todo o exército egípcio que havia sido destruído na guerra. A determinação ds estados árabes em não reconhecer Israel e não negociar com judeus, levaria a uma nova guerra poucos anos depois. em 1973 na guerra do Yom Kippur.

Uma guerra nao se decide por números, mas sim pela forma como as ações são coordenadas e executadas. com muitas ações realizadas por Israel nessa guerra sendo ainda analisadas e estudadas nas academias militares de todo o mundo. Um exemplo de como uma força militar inferior, mesmo cercada pode alcançar a vitória com ímpeto, vigor e determinação.


Publicado em 07/06/2020 17h06

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