A secretária judia de Oskar Schindler, que elaborou suas listas de trabalhadores, morre aos 107 anos

Mimi Reinhardt, secretária de Oscar Schindler em 24 de abril de 2008. (Yossi Zamir/Flash90)

Mimi Reinhardt registrou funcionários para fábricas de industriais alemães, ajudando a salvar centenas durante o Holocausto; passou seus últimos anos vivendo em Israel

Mimi Reinhardt, que elaborou listas para o industrial alemão Oskar Schindler que ajudou a salvar centenas de judeus durante o Holocausto, morreu aos 107 anos, disse sua família na sexta-feira.

Como secretário de Schindler, Reinhardt foi encarregado de elaborar as listas de trabalhadores judeus do gueto da cidade polonesa de Cracóvia que foram recrutados para trabalhar em sua fábrica, salvando-os da deportação para campos de extermínio nazistas.

“Minha avó, tão querida e tão única, faleceu aos 107 anos. Descanse em paz”, escreveu a neta de Reinhardt, Nina, em mensagem a parentes vistos pela AFP.

Reinhardt, nascida na Áustria, ela própria judia, foi recrutada pelo próprio Schindler e trabalhou para ele até 1945.

Após a Segunda Guerra Mundial, ela se mudou para Nova York antes de decidir se mudar para Israel em 2007 para se juntar a seu único filho, Sacha Weitman, que era então professor de sociologia na Universidade de Tel Aviv.

“Sinto-me em casa”, disse ela a repórteres quando desembarcou em Israel.

Visitantes passam por um retrato de Oskar Schindler no museu memorial do Holocausto Yad Vashem em Jerusalém, em 4 de março de 2015. (Crédito da foto: AFP / GALI TIBBON)

Schindler, que morreu em 1974, foi nomeado pelo museu do Holocausto Yad Vashem de Israel como membro dos “Justos entre as Nações” – uma honra para não-judeus que tentaram salvar judeus do extermínio nazista.

As listas que Reinhardt compilou para ele ajudaram a salvar a vida de cerca de 1.300 judeus em risco considerável para sua própria vida.

A iniciativa de Schindler foi relatada no romance best-seller de 1982 “A Arca de Schindler” e na premiada adaptação cinematográfica de Steven Spielberg, “A Lista de Schindler”.

Reinhardt, que passou seus últimos anos em uma casa de repouso ao norte de Tel Aviv, disse que conheceu Spielberg, mas achou difícil assistir ao filme.

OSCAR SCHINDLER, A HISTÓRIA VERDADEIRA

O fotógrafo israelense Gideon Markowicz, que conheceu Reinhardt como parte de um projeto dedicado aos sobreviventes do Holocausto, falou de uma mulher ativa.

“Ela participou das atividades da casa de repouso e foi campeã de bridge. Ela navegou na rede e monitorou a bolsa de valores”, disse ele à AFP na sexta-feira.


Publicado em 09/04/2022 21h13

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