´Cuidado, o Mossad penetrou em Teerã ´, avisa o ex-chefe da Inteligência iraniana

Ali Younesi. (Press TV)

Muitos altos funcionários iranianos estão envolvidos na trama, disse Ali Younesi, que serviu no governo do presidente reformista Mohammad Khatami de 2000-2005.

A agência de inteligência israelense Mossad se infiltrou na liderança do Irã, e muitos altos funcionários da República Islâmica estão comprometidos, disse um ex-ministro da inteligência iraniano na terça-feira.

“Os líderes do país não mostram nenhum interesse no que é melhor para o público e suas vidas, e o Mossad conseguiu, com incentivos de influência e dinheiro, penetrar nos órgãos de segurança do regime”, disse Ali Younesi em entrevista ao o site reformista de notícias Jamaran.

“Agora o regime está ocupado perseguindo pessoas que são leais ao país, particularmente do campo reformista, em vez de detectar e deter os infiltrados que trabalham em nome de Israel. O regime estabeleceu muitas agências de inteligência com tarefas sobrepostas, com o objetivo de enfraquecer o ministério de inteligência”, disse ele.

Younesi serviu sob o ex-presidente reformista Mohammad Khatami de dezembro de 2000 a agosto de 2005 e foi conselheiro do ex-presidente Hassan Rouhani.

“As agências de espionagem podem penetrar facilmente em grupos e organizações radicais, porque nesses grupos apenas o radicalismo importa”, continuou Younesi. “As agências de espionagem escolhem os radicais certos entre suas próprias fileiras ou em outro lugar e fazem com que eles se infiltrem em outras agências de inteligência. Quanto mais radicais são, mais rapidamente são promovidos e alcançam o escalão superior das agências de inteligência.”

Alegando que toda a infiltração israelense ocorreu depois que ele deixou o ministério da inteligência em 2005, Younesi sugeriu que o Irã deveria remover os bajuladores e radicais, que ele afirmou serem os mais prováveis de serem atraídos por agências de inteligência estrangeiras.

As críticas de Younesi ecoaram observações recentes do ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que afirmou há cerca de duas semanas que agentes israelenses se infiltraram nos serviços de contra-espionagem de seu país, particularmente no departamento encarregado de impedir a espionagem israelense.

Ahmadinejad chegou a alegar que funcionários das agências de inteligência do Irã procuraram encobrir os rastros dos assassinos de cientistas nucleares iranianos, incluindo o chefe do programa nuclear da República Islâmica, Mohsen Fakhrizadeh.

O ex-presidente iraniano, que recentemente foi desqualificado da candidatura à reeleição na eleição presidencial do Irã, que resultou na vitória do linha-dura Ebrahim Raisi, alegou que “uma grande operação israelense usou uma gangue corrupta de seguranças nos escalões superiores do aparelho de inteligência nacional.”


Publicado em 01/07/2021 22h24

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