Depois dos sauditas, o Irã visa o aliado israelense Bahrein para reaproximação

Representante permanente dos Emirados Árabes Unidos na Liga Árabe, Mariam Khalifa al-Kaabi, à direita, e embaixador do Bahrein na Síria, Waheed Mubarak Sayyar, em Beirute, 2 de julho de 2022. (AP/Hassan Ammar)

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O Irã busca restaurar os laços com um dos aliados do Acordo de Abraão de Israel depois que Teerã fechou um acordo com a Arábia Saudita.

Na segunda-feira, o Irã anunciou que busca restaurar os laços com o Bahrein, uma das nações com as quais Israel estabeleceu relações diplomáticas durante os Acordos de Abraham.

Teerã fez o anúncio após uma recente distensão mediada pela China com a Arábia Saudita, que Israel tem procurado trazer para sua coalizão de parceiros regionais.

“O Bahrein seguiu os passos de Riad quando cortou relações com Teerã em 2016, depois que manifestantes iranianos atacaram missões diplomáticas sauditas em resposta à execução saudita do clérigo xiita Nimr al-Nimr”, relatou o i24 na segunda-feira.

“A retomada das relações políticas entre o Irã e a Arábia Saudita mostra a eficácia e o sucesso da solução diplomática para resolver mal-entendidos”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, em comentários citados pelo i24.

“As relações entre o Irã e o Bahrein não são exceção a essa regra”, acrescentou Kanani.

Com o Irã e à beira de uma arma nuclear, a reaproximação Riad-Teerã não foi uma boa notícia em Israel.

A República Islâmica rotineiramente ameaça destruir Israel e apóia grupos terroristas que assassinam cidadãos israelenses, incluindo a Jihad Islâmica Palestina em Gaza. Também financia e treina uma rede de exércitos terroristas em toda a região, incluindo o Hezbollah no Líbano e os Houthis no Iêmen. Essas forças desestabilizam a região e se envolvem em guerras por procuração com Israel e a Arábia Saudita.

Em resposta ao novo acordo Irã-Saudita, o grupo terrorista palestino Hamas divulgou um comunicado declarando: “Este é um passo significativo para unir o mundo árabe e muçulmano, aumentar a segurança e o entendimento entre as nações árabes e muçulmanas e alcançar a estabilidade na região.”

De acordo com a Associated Press, “[E] especialistas duvidavam que uma distensão prejudicaria Israel. A Arábia Saudita e o Irã continuarão sendo rivais regionais, mesmo que abram embaixadas nas capitais um do outro”, citando a opinião de Yoel Guzansky, do Instituto de Estudos de Segurança Nacional, com sede em Israel.

“O acordo discreto que os sauditas têm com Israel continuará”, acrescentou Umar Karim, especialista em política da Arábia Saudita da Universidade de Birmingham. “A liderança saudita está envolvida em mais de uma maneira de garantir sua segurança nacional.”


Publicado em 16/03/2023 08h09

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