O Irã emitiu um alerta severo a Israel, ameaçando uma intervenção direta caso Israel lançasse uma ofensiva terrestre em Gaza, de acordo com a Axios.
A Axios informou que, num movimento diplomático no sábado, o Irã transmitiu uma mensagem a Israel expressando o seu desejo de evitar uma nova escalada no conflito em curso entre o Hamas e Israel.
A mensagem enfatizava que, embora o Irã procure evitar uma guerra regional, sentir-se-ia obrigado a intervir se Israel continuar as suas operações militares em Gaza.
A comunicação ocorreu entre o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, e o enviado da ONU ao Oriente Médio, Tor Wennesland, em Beirute, com Wennesland posteriormente retransmitindo a mensagem às autoridades israelenses.
A situação é crítica, uma vez que qualquer envolvimento direto ou indireto do Irã, incluindo o apoio a grupos terroristas, poderia transformar o atual conflito numa guerra regional.
A administração Biden tem trabalhado activamente para dissuadir o Irã e o seu aliado, o Hezbollah, de entrar no conflito, o que é evidente no recente envio de um grupo de porta-aviões e de caças para a região.
Durante a reunião, Wennesland instou Amir-Abdollahian a ajudar na prevenção da propagação do conflito no Oriente Médio alargado.
Embora o Irã tenha manifestado a sua relutância em que o conflito se torne regional e manifestado a vontade de ajudar a libertar os civis detidos pelo Hamas, enfatizou certas linhas vermelhas. Amir-Abdollahian deixou claro que a continuação das operações militares israelenses, especialmente uma prometida ofensiva terrestre em Gaza, desencadearia uma resposta iraniana.
Wennesland transmitiu a mensagem do Irã ao conselheiro de segurança nacional israelense, Tzachi Hanegbi, enfatizando os esforços diplomáticos para libertar reféns, acalmar o conflito e impedir a sua expansão.
O Gabinete do Primeiro-Ministro israelense optou por não comentar o assunto e o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irã ainda não respondeu aos pedidos de comentários.
Amir-Abdollahian, num briefing com repórteres em Beirute, sublinhou a urgência de Israel suspender as ações contra civis em Gaza. Referiu-se aos cenários potenciais concebidos pelo Hezbollah e alertou para as consequências significativas para Israel face às ações de resistência.
O contexto mais amplo revela que o conflito entre o Hamas e Israel, que começou em 7 de Outubro, levou à continuação de pesados bombardeamentos israelenses em Gaza. Além disso, a violência aumentou ao longo da fronteira Israel-Líbano e na Judeia e Samaria, resultando em vítimas de ambos os lados.
Com mais de 1.300 israelenses e 2.200 palestinos mortos, a situação continua altamente volátil, levantando preocupações sobre o potencial de uma nova escalada regional.
Publicado em 16/10/2023 09h41
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