A agência nuclear iraniana diz que um “teste frio” será realizado para verificar o fluido e a inicialização dos sistemas de suporte antes do comissionamento total da planta no final do ano
O Irã fará um “teste frio” em seu reator nuclear Arak reformado como um prelúdio para sua inauguração completa no final do ano, disse a Organização de Energia Atômica do país na sexta-feira, segundo um relatório da Reuters.
O teste a frio de reatores geralmente inclui a partida inicial de sistemas de fluidos e sistemas de suporte. O porta-voz da agência nuclear Behrouz Kamalvandi disse que acontecerá no início do ano novo iraniano, que começa domingo, disse o relatório.
Embora o Irã tenha concordado em fechar o reator nas instalações de Arak no acordo de 2015, Teerã diz que está trabalhando no redesenho dele para uso médico e agrícola.
A usina teve permissão para fazer parte da água pesada usada para ajudar a resfriar os reatores, produzindo plutônio como subproduto que pode ser usado em armas nucleares.
O anúncio dos testes veio um dia depois que o presidente francês Emmanuel Macron, ao lado do presidente Reuven Rivlin, pediu ao Irã que parasse de agravar a já grave crise de seu programa nuclear, multiplicando as violações do acordo de 2015 com as potências mundiais.
O Irã tem repetidamente tomado medidas para violar o acordo e aumentar a pressão sobre os EUA, incluindo enriquecimento de urânio além dos limites do acordo e barrando as inspeções da ONU em suas instalações nucleares.
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, retirou-se do acordo em 2018 e impôs sanções punitivas ao Irã. O presidente dos EUA, Joe Biden, e seu governo disseram repetidamente que voltarão ao acordo se Teerã primeiro retornar ao cumprimento.
O Irã insistiu que os EUA retirassem as sanções antes de retornar aos termos do acordo, colocando os dois lados em um impasse.
Autoridades israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, já começaram a manifestar oposição ao desejo do governo Biden de voltar ao acordo, colocando Jerusalém e Washington em desacordo sobre o assunto. Alguns líderes israelenses alertaram nos últimos meses sobre uma ação militar para interromper o programa nuclear iraniano.
Além disso, o Irã vem há meses ameaçando retaliação contra Israel pela morte de seu principal cientista nuclear militar, Mohsen Fakhrizadeh, em uma operação que Teerã atribui ao Mossad, a agência de espionagem de Israel. Uma tentativa de bombardeio perto da embaixada israelense na Índia no mês passado, bem como o recente ataque a uma mina contra um navio de carga israelense no Golfo de Omã, foram ambos atribuídos ao Irã por Israel.
Na semana passada, autoridades israelenses e americanas realizaram a primeira sessão de um grupo estratégico bilateral com o objetivo de colaborar no esforço para impedir o Irã de obter uma arma nuclear.
Publicado em 20/03/2021 12h52
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