IRGC e comandantes do Hezbollah no Iêmen dirigirão ataques Houthi

Combatentes recém-recrutados que se juntaram a uma força militar Houthi destinada sendo enviada para lutar em apoio aos palestinos na Faixa de Gaza, marcham durante um desfile em Sanaa, Iêmen, em 2 de dezembro de 2023. Foto: REUTERS/Khaled Abdullah

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Fontes regionais e iranianas disseram à Reuters sobre a extensão do envolvimento do Irã nos ataques Houthi às rotas marítimas do Mar Vermelho, desde o fornecimento de drones e mísseis até ao fornecimento de know-how, dados, inteligência e orientação.

De acordo com o relatório, fontes disseram que comandantes do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) e do grupo Hezbollah do Líbano estavam no terreno no Iêmen para dirigir e supervisionar os ataques.

Uma fonte regional sênior descreveu o relacionamento à Reuters: “a decisão política está em Teerã, a gestão é o Hezbollah e a localização são os Houthis no Iêmen”.

Outra fonte, descrita como uma pessoa de dentro do Irã, disse que “os Guardas Revolucionários têm ajudado os Houthis com treinamento militar (em armas avançadas)”.

“Um grupo de combatentes Houthi esteve no Irã no mês passado e foi treinado numa base do IRGC no centro do Irã para se familiarizarem com a nova tecnologia e o uso de mísseis”, explicou a segunda fonte, acrescentando que os comandantes iranianos criaram um centro de comando em a capital dos Houthis, Sanaa, e era dirigido por um comandante sênior do IRGC.

Uma presença clara de agentes do IRGC e do Hezbollah pode ser vista no Iêmen, disseram à Reuters duas ex-fontes do exército iemenita, explicando suas funções como supervisão de operações militares, treinamento e remontagem de mísseis que são contrabandeados.

“Eles vieram e ajudaram os Houthis e partiram, tal como fizeram com o Hezbollah e o Hamas”, disse à Reuters um líder da coligação de grupos pró-Irão, negando que os comandantes iranianos e libaneses estivessem atualmente no Iêmen.

A fonte afirmou ainda que os Houthis conheciam o terreno e já tinham os sistemas instalados para atacar navios, incluindo equipamento de alta precisão do Irã.

“Não negamos que temos uma relação com o Irã e que beneficiámos da experiência iraniana em formação, produção e capacidades militares, mas a decisão tomada pelo Iêmen é independente e não tem nada a ver com qualquer outra parte”, disse. O porta-voz Houthi, Mohammed Abdulsalam, disse à Reuters.


Publicado em 21/01/2024 22h16

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