O programa nuclear do Irã se expandiu ‘muito além de qualquer justificativa civil plausível’

Potências mundiais e Irã em Viena para conversas sobre o acordo nuclear com o Irã, novembro de 2021. Fonte: E.U. delegação em Viena/Twitter.

Grã-Bretanha, França e Alemanha divulgaram neste sábado um comunicado conjunto denunciando o Irã por não negociar de boa fé um novo acordo para conter seu programa nuclear.

De acordo com o comunicado, o programa nuclear do Irã continuou a se expandir “muito além de qualquer justificativa civil plausível”, informou a AFP.

Os três países, conhecidos como E3, são todos partes do Plano de Ação Abrangente Conjunto de 2015, ou acordo nuclear do Irã, que eles, juntamente com Rússia, China e Estados Unidos, vêm tentando reviver por meio de uma série de negociações em Viena que começou na primavera de 2021.

Em sua declaração, os europeus culparam Teerã por não ter “aproveitado a oportunidade diplomática decisiva” depois que a União Europeia apresentou no mês passado à República Islâmica o que foi descrito na época como uma proposta “final” para um novo acordo, segundo o comunicado. AFP.

Em vez disso, a declaração dizia que o Irã havia “reaberto questões separadas” e que sua posição era “inconsistente” com “obrigações internacionais juridicamente vinculantes sob o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e seu acordo de salvaguardas sob o TNP concluído com Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A esse respeito, a declaração observou que Teerã não respondeu adequadamente à resolução da AIEA em junho, pedindo ao Irã que explicasse a presença de partículas de urânio encontradas em três locais não declarados.

“O Irã deve cooperar totalmente e sem demora de boa fé com a AIEA”, disse o comunicado.

Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, descreveu a declaração como “não construtiva”, acrescentando: “É surpreendente e lamentável que, em uma situação em que as interações diplomáticas e as trocas de mensagens continuem – emitiria tal missiva.

Ao fazer isso, Kanani disse que Londres, Paris e Berlim “deram um passo no caminho do regime sionista [Israel] para derrotar as negociações”, segundo um relatório separado da AFP.

Na semana passada, o primeiro-ministro israelense Yair Lapid disse que Jerusalém estava realizando uma “campanha intensiva” para impedir a renovação do “perigoso” acordo nuclear.


Publicado em 11/09/2022 23h03

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