#Hezbollah
Mohammad Surur trabalhava em câmbios e transferências de dinheiro, inclusive entre grupos terroristas apoiados pelo Irã e que se opõem a Israel.
Um libanês sancionado por supostamente canalizar milhões de dólares para o Hamas foi encontrado morto em uma cidade montanhosa nos arredores de Beirute, disse uma fonte de segurança à Reuters na quarta-feira.
A fonte de segurança identificou a vítima como Mohammad Surur e disse que ele veio de uma cidade no nordeste, perto da fronteira com a Síria, e trabalhou em câmbios e transferências de dinheiro, inclusive entre grupos terroristas apoiados pelo Irã e que se opõem a Israel.
Ele foi encontrado morto em uma casa na cidade de Beit Meri na terça-feira, com vários ferimentos de bala nas pernas, disse a fonte de segurança libanesa.
Isso, juntamente com uma grande quantia em dinheiro encontrada no corpo, levou as forças de segurança do Líbano a concluir que Surur tinha sido sujeito a um interrogatório violento, e não a uma tentativa de roubo, acrescentou a fonte.
Surur foi sancionado em 2019 pelo Tesouro dos EUA, que afirmou ter transferido “dezenas de milhões de dólares por ano” entre o braço externo da Guarda Revolucionária Iraniana, a Força Quds, e o braço armado do Hamas, as Brigadas Qassam.
Ele teria 57 anos quando morreu, segundo dados biográficos publicados pelo Tesouro.
O Tesouro disse em 2019 que Surur também estava ligado ao Hezbollah do Líbano, um aliado do Hamas.
Surur foi visto em eventos públicos organizados pelo Hezbollah no Líbano, mas não parecia ter um papel formal ou de alto escalão diretamente dentro do grupo terrorista, disse à Reuters uma fonte familiarizada com as operações do Hezbollah.
O Hezbollah tem trocado tiros através da fronteira sul do Líbano com Israel, paralelamente à guerra em Gaza.
Numa conferência de imprensa, a família de Surur pressionou por uma investigação completa sobre as circunstâncias da sua morte, mas não acusou nenhum indivíduo, grupo ou governo em particular.
A sua morte ocorre poucos dias depois do assassinato de um responsável local de uma facção anti-Hezbollah, o que alimentou receios de um surto de violência política e sectária.
O Líbano já está a sofrer um colapso financeiro com quase cinco anos de existência, que transformou grande parte da economia numa economia baseada em dinheiro, preocupando os observadores que dizem que o branqueamento de capitais poderá aumentar.
Em Março, um alto representante do Tesouro dos EUA visitou o Líbano para pressionar as autoridades a suspenderem as transferências financeiras para o Hamas.
Uma fonte do banco central do Líbano disse à Reuters que o Líbano negou que tais transferências estivessem ocorrendo.
Publicado em 10/04/2024 14h24
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