Ex-chefe do Mossad pede que Israel se abstenha de criticar o Catar, devido à influência sobre o Hamas

O ex-chefe do Mossad, Yossi Cohen, em uma cerimônia para o novo chefe de gabinete, Herzi Halevi, na base de HaKirya em Tel Aviv, 16 de janeiro de 2023

(crédito da foto: TOMER NEUBERG/FLASH90)


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O antigo chefe da Mossad sublinhou que “para libertar ou receber todos os raptados, intermediários eficazes são cruciais”.

“O Catar conhece a situação dos sequestrados. Nós [Israel] sabemos, e os EUA também”, revelou Yossi Cohen, antigo chefe da Mossad, numa entrevista ao Canal 11 no sábado à noite. Cohen reconheceu explicitamente o conhecimento do Catar sobre os sequestros de israelenses pelo Hamas e deu a entender que ele e outras figuras israelenses estavam em diálogo com eles.

Expandindo o papel do Qatar na reação ao massacre de 7 de Outubro perpetrado pelo Hamas contra cerca de 2.000 israelenses, Cohen enfatizou a importância de uma intermediação eficaz.

“Estamos numa situação em que, para libertar ou receber todos os raptados, são cruciais intermediários eficazes”, afirmou, acrescentando que Israel precisa deles nestes tempos. Mencionou o Qatar e o Egito como entidades primárias nestas questões.

“Atualmente, sou a favor de não criticar o Qatar [como país e a sua relação com o Hamas].”

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, participam de uma reunião em Lusail, Catar, sexta-feira, 13 de outubro de 2023 (crédito: JACQUELYN MARTIN/POOL/REUTERS)

Ex-chefe do Mossad alerta Irã ativamente envolvido na guerra

“O Irã está ativamente envolvido nesta guerra”, alertou Cohen. Ele destacou o apoio substancial que o Irã tem dado a este conflito, advertindo que “o mundo ocidental estará em perigo se possuir armas nucleares”.

Destacando as fontes de força de Israel, Cohen observou: “Temos os nossos civis em quem confiar, um poder muito forte que garante que tudo o que precisa de funcionar, funciona”. Reconheceu também o papel fundamental dos militares israelenses na garantia da segurança da nação. Ele não mencionou o governo, mas também não o criticou.

Aludindo às negociações em curso nos bastidores, Cohen deu a entender: “Tanto quanto sei, existem contatos relativos a um potencial acordo de troca de prisioneiros”.


Publicado em 29/10/2023 07h03

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