Marroquinos indignados com o ´apoio´ dos palestinos a um grupo rebelde

UM FÃ DO MARROCOS agita sua bandeira nacional em uma partida de futebol.

(crédito da foto: REUTERS)


No início desta semana, o líder da Frente Polisario apoiada pela Argélia, Brahim Ghali, anunciou que seu movimento não mais respeitará o cessar-fogo de três décadas supervisionado pela ONU no Saara Ocidental.

Declarações contraditórias de enviados palestinos sobre o conflito do Saara Ocidental aparentemente geraram uma crise entre o Marrocos e a Autoridade Palestina.

No início desta semana, a embaixada palestina no Marrocos se distanciou de uma declaração emitida por um grupo chamado The Palestinian Youth Organization, que expressou apoio à Frente Polisário, um movimento rebelde que visa acabar com a presença de Marrocos no Saara Ocidental.

A embaixada disse que a declaração não representa a posição oficial da AP e destacou o apoio dos palestinos à “unidade, segurança e proteção de Marrocos e a unidade do solo marroquino”.

Na terça-feira, entretanto, o embaixador palestino em Argel, Amin Maqboul, foi citado como expressando apoio à Frente Polisário.

Maqboul, em entrevista a um jornal argelino, disse que o comunicado emitido pela embaixada palestina no Marrocos não representa a posição oficial da AP. A AP, disse ele, não comentou sobre os desenvolvimentos recentes no Saara Ocidental.

Maqboul mais tarde esclareceu que os palestinos continuam comprometidos com as resoluções da ONU para encontrar uma solução política acordada para o conflito do Saara Ocidental. Ele expressou esperança de que os “irmãos em Argel e Marrocos consigam resolver o problema e viver em paz e tranquilidade”.

No início desta semana, o líder da Frente Polisario apoiada pela Argélia, Brahim Ghali, anunciou que seu movimento não mais respeitará o cessar-fogo de três décadas supervisionado pela ONU no Saara Ocidental.

O anúncio foi feito depois que o Marrocos lançou uma operação militar na semana passada para reabrir uma importante rodovia na passagem de fronteira de Guerguerat entre o território e a Mauritânia, que alegou ter sido bloqueada pela Frente Polisário.

O site de notícias marroquino Hesspress relatou que o apoio relatado por Maqboul à Frente Polisário indignou muitos marroquinos. Ele destacou que Maqboul havia aparecido em público no passado com membros da Frente Polisário, um movimento visto pelos marroquinos como um endosso palestino ao movimento.

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina em Ramallah disse em nota nesta terça-feira, na tentativa de aliviar as tensões com o Marrocos, que os palestinos não intervêm nos assuntos internos dos países árabes.

A declaração do ministério, no entanto, atraiu duras críticas da União Socialista das Forças Populares, um partido político do Marrocos.

O partido levou a AP a conversações por não apoiar explicitamente o povo marroquino no seu conflito “justo” com a Frente Polisário. O partido marroquino disse que a “alegada neutralidade” dos palestinos no conflito era equivalente a uma “adaga envenenada” contra o Marrocos, que há muito apóia a questão palestina e o estabelecimento de um Estado palestino independente.


Publicado em 17/11/2020 18h47

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