Rússia diz à ONU que Israel não tem direito de autodefesa na guerra com o Hamas

O Embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, dirige-se ao Conselho de Segurança da ONU antes da votação de uma resolução sobre o conflito entre Israel e o Hamas, quarta-feira, 25 de outubro de 2023, na sede da ONU. (Foto AP/Bebeto Matthews)

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O Embaixador Russo na ONU, Vasily Nebenzya, disse ao organismo mundial que Israel não tem o direito à autodefesa ao abrigo do direito internacional na sua luta contra o Hamas porque é um “Estado ocupante”.

“Também não posso deixar de mencionar a hipocrisia dos EUA e dos seus aliados, que noutras situações, completamente diferentes, apelam ao cumprimento do direito humanitário, estabelecem comissões de investigação, impõem sanções contra aqueles que usam a força apenas como medida extrema para parar os anos- violência prolongada”, a TASS cita Nebenzya numa sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre o conflito.

“E hoje, vendo a destruição horrível em Gaza, que excede tudo o que eles criticam noutros contextos regionais – ataques a instalações civis, morte de milhares de crianças e sofrimento horrível de civis no meio de um bloqueio total – eles ficam calados. Tudo o que podem fazer é continuar a dizer sobre o alegado direito de Israel à autodefesa, que, como Estado ocupante, não tem, como foi confirmado pela decisão consultiva do Tribunal Internacional [da ONU] em 2004”, diz ele.

Ele acrescenta que a Rússia reconhece o direito de Israel de garantir a sua segurança, mas “isso só poderia ser totalmente garantido no caso de uma resolução justa do problema palestino com base em resoluções reconhecidas do Conselho de Segurança da ONU”.

Israel lançou a guerra contra o Hamas após o ataque em massa do grupo terrorista ao sul de Israel, onde matou cerca de 1.400 pessoas, a maioria delas civis, e fez mais de 240 reféns.


Publicado em 02/11/2023 09h13

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