A dupla China-Rússia terá impacto na guerra de Israel com o Hamas apoiado pelo Irã?

O presidente chinês, Xi Jinping (R), ao lado do presidente russo, Vladimir Putin, quando ele chega para uma foto de grupo durante a Cúpula do BRICS no Centro Internacional de Conferências e Exposições de Xiamen, em Xiamen, província de Fujian, sudeste da China, China, 4 de setembro de 2017

(crédito da foto: REUTERS/WU HONG/POOL/ARQUIVO FOTO)


#Putin #China 

Embora os EUA estejam esta semana concentrados no Oriente Médio e Israel esteja a considerar se deverá ocorrer uma incursão terrestre em Gaza; A Rússia e a China estão em conversações.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, chegou à capital chinesa nessa segunda-feira, iniciando sua visita a Pequim, que sediará seu terceiro fórum internacional do Cinturão e Rota, segundo a TASS.

Isto é importante porque a Rússia e a China criticaram Israel após o ataque do Hamas. Apesar de anos em que a política externa israelense tentou cultivar estes dois países ou pelo menos encorajar uma visão equilibrada do conflito em Pequim e Moscou, ambos os países são agora abertamente hostis a Israel e o Hamas elogiou a visão da Rússia sobre a situação atual.

Além disso, ambos estão próximos do Irã.

O Irã busca unificar frentes contra Israel

O Irã tem procurado unificar várias frentes contra Israel. Isto prejudica potencialmente a estratégia de longo prazo de Israel. Isto ocorre em meio a relatos de que o Egito poderá sediar uma reunião de países para discutir Gaza.

Não está claro se Israel será convidado.

O presidente russo, Vladimir Putin, participa de uma entrevista com o âncora do China Media Group, Wang Guan, no Kremlin em Moscou, Rússia, nesta imagem divulgada em 16 de outubro de 2023 (crédito: SPUTNIK/SERGEI BOBYLEV/POOL VIA REUTERS)

Isto ilustra que Israel pode estar isolado na sequência do ataque do Hamas, que atrasou anos de progresso na região.

Como isso aconteceu?

O ataque encorajou os inimigos e o Irã. O Irã tem procurado transferir o caos na região da Síria e do Iraque para as fronteiras de Israel. Isto significa usar representantes para atacar Israel. Israel, que já derrotou países inteiros em 1973 e 1967, enfrenta agora uma potencial guerra em múltiplas frentes contra exércitos terroristas, e esta parece ser uma luta difícil. O Irã, a China e a Rússia estão a observar o desenrolar desta situação.

O mesmo acontece com os EUA, que enviaram o Secretário de Estado para percorrer a região. A política de Israel de evitar o caos após a Primavera Árabe esbarra agora na ordem mundial multipolar.

A mídia russa disse que “o presidente russo, Vladimir Putin, confirmou que planejava participar do fórum. Enquanto estiver em Pequim, Lavrov deverá manter conversações com o principal diplomata da China, Wang Yi. O ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, também disse estar pronto para se reunir com o seu homólogo russo. Ele disse à TASS que esperava discutir o conflito Palestina-Israel com Lavrov.”

Além disso, os meios de comunicação estatais russos afirmaram que “a iniciativa Cinturão e Rota foi proposta por Xi Jinping em 2013 para impulsionar projetos de investimento económico e comercial envolvendo o maior número possível de países. Mais de 150 países e mais de 30 organizações internacionais já aderiram. O terceiro Fórum do Cinturão e Rota da China acontecerá em Pequim no dia 17 de outubro.”

Entretanto, a China e a Rússia também querem expandir-se para o Oriente Médio de outras formas. Eles querem usar os BRICS e a SCO para cultivar os países da região. Estas organizações também excluem Israel.

Como tal, a reunião na China no meio do conflito em Gaza tem ramificações regionais mais amplas.


Publicado em 16/10/2023 10h32

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