Dois homens que supostamente mataram e roubaram uma sobrevivente do Holocausto em seu apartamento em Paris serão julgados por assassinato agravado pelo ódio anti-semita, disseram os promotores de Paris.
O corpo carbonizado de Mireille Knoll, 85 anos, foi descoberto em seu apartamento em 23 de março de 2018. Yacine Mihoub, 28 anos, filho do vizinho de Knol que a conhecia toda a vida, e seu amigo Alex Carrimbacus, 22, foram indiciados na quinta-feira. Carrimbacus tem um histórico de problemas psiquiátricos.
Carrimbacus havia dito durante o interrogatório que ele e Mihoub miraram Knoll por assalto porque ela era judia, uma alegação negada por Mihoub. Ambos os homens se declararam inocentes, informou a AFP.
Sammy Ghozlan, chefe do Departamento Nacional de Vigilância Contra o Anti-semitismo, disse que seu grupo estava “satisfeito” com a acusação.
Ghozlan estava entre muitos críticos de uma decisão judicial de 2019 que considerou o assassino de outra judia, Sarah Halimi, incapaz de ser julgado.
O suposto assassino, Kobili Traore, era um muçulmano que gritou sobre Alá e chamou Halimi, seu vizinho, de “demônio” enquanto ele a espancava até a morte em seu apartamento em 2017. A filha de Halimi disse que em 2015 Traore havia chamado a filha de “judia suja” no elevador do prédio.
Um juiz aceitou a posição da promotoria de que o anti-semitismo motivou Traore a matar Halimi, mas achou-o incapaz de ser julgado, citando um “episódio psicótico” pouco antes do incidente considerado causado pelo consumo excessivo de maconha. A decisão foi confirmada em recurso.
Publicado em 15/05/2020 18h26
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