Turquia prende 15 agentes suspeitos de espionagem para Israel

Polícia de choque está em formação em frente à Embaixada de Israel em Ancara, 21 de novembro de 2012 | Foto do arquivo: AFP / Adem Altan

A mídia turca relata que três células, cada uma com cinco membros, foram detidas sob suspeita de fornecerem informações confidenciais ao Mossad. Os suspeitos estavam espionando oficiais graduados do Hamas baseados na Turquia, bem como vários estudantes de intercâmbio estrangeiro.

A mídia turca informou na quinta-feira que 15 indivíduos suspeitos de espionagem para Israel foram presos como parte de uma operação massiva das forças de segurança locais e da polícia turca. De acordo com relatos locais, 200 membros das forças de segurança turcas participaram de uma série de buscas nas quais cinco diferentes células de espionagem, cada uma com três pessoas, foram apreendidas.

Segundo o Daily Sabah, a operação foi realizada no dia 7 de outubro, após um ano em que foram coletadas informações de inteligência sobre as atividades dos agentes.

Embora relatos na mídia turca não revelem de qual país os supostos espiões vieram, eles notaram que sua aparência liga a países do Oriente Médio. De acordo com os relatórios, os agentes transferiram informações e documentos confidenciais para o Mossad – agência nacional de inteligência de Israel.

De acordo com a agência de notícias Anadolu, “a rede dependia de cidadãos palestinos e sírios que viviam na Turquia, que recebiam pagamentos por meio de transferências eletrônicas e mensageiros”.

Os suspeitos estariam espionando funcionários graduados do Hamas baseados na Turquia, bem como vários estudantes de intercâmbio estrangeiro.

Anadolu observou que os suspeitos foram arrebatados e depois transferidos para a prisão de segurança máxima de Maltepe, em Istambul.

Rede Mossad de 15 pessoas caiu na Turquia

Há três semanas, a Autoridade Palestina expressou preocupação com o desaparecimento de sete palestinos nas cidades turcas de Istambul e Konya, bem como na área da fronteira turco-grega. Três dos palestinos eram residentes da Faixa de Gaza e quatro outros eram da Cisjordânia.

No ano passado, o governo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan reforçou seu relacionamento já próximo com o grupo terrorista Hamas, concedendo cidadania turca a membros seniores do Hamas, informou o britânico The Telegraph. A mudança permitiria que viajassem livremente e planejassem ataques terroristas contra alvos israelenses e judeus em todo o mundo.

De acordo com o relatório, sete dos 12 operativos do Hamas que usam a Turquia como sua base de operações receberam a cidadania turca, bem como passaportes, enquanto outros cinco estão em processo de recebê-los. Em alguns casos, os terroristas do Hamas vivem sob pseudônimos turcos.

“Estes não são soldados de infantaria, mas os principais agentes do Hamas fora de Gaza. [Eles] estão ativamente arrecadando fundos e direcionando agentes para realizar ataques nos dias de hoje”, disse uma fonte importante da região ao The Telegraph.

“O governo turco cedeu à pressão do Hamas para conceder cidadania a seus operativos, permitindo-lhes viajar com mais liberdade, colocando em risco outros países que listaram o Hamas como um grupo terrorista”, acrescentou a fonte.


Publicado em 21/10/2021 19h49

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