Comitê de Saúde do Knesset aprova lei para facilitar a identificação de corpos

Soldados israelenses no centro forense da base militar de Shura, perto de Ramle, onde centenas de cadáveres chegaram desde o início da guerra com Gaza, em 24 de outubro de 2023.

(crédito da foto: Yossi Aloni/Flash90)


#Identificação 

Uma alteração à Lei dos Direitos dos Pacientes, que permitiria ao Instituto de Medicina Forense de Abu Kamir receber informações de fundos de saúde pública e hospitais para ajudar a identificar cadáveres e partes de corpos, foi aprovada ontem pelo Comité de Saúde do Knesset.

O presidente do comitê, MK Yonatan Mashriki, disse que a emenda preserva a privacidade e a dignidade do falecido e acelera o trabalho de identificação.

O diretor do instituto, Dr. Chen Kogel, disse que alguns dos dados de identificação, como radiografias do corpo e dos dentes, e a causa da morte já estão armazenados em hospitais onde o falecido foi tratado no passado. Porém, hoje a polícia precisa solicitar uma ordem judicial para permitir o acesso a essas informações.

A advogada Shirit Bacher, consultora jurídica do instituto, observou que há uma diferença entre um patologista que examina tecidos corporais e corpos de mortos e realiza testes laboratoriais, e um médico forense que tem autoridade exclusiva para determinar a causa da morte. Bachar apelou a um incentivo significativo para certificar mais médicos forenses em Israel e sublinhou que a alteração proposta não inclui a base de dados de impressões digitais, para a qual existe legislação separada. A alteração, acrescentou, também irá ancorar o atual procedimento em que o instituto informa o hospital sobre a causa da morte.

Pessoal de Zaka trabalha em um campo com carros destruídos no massacre de 7 de outubro, perto da fronteira Israel-Gaza, 23 de novembro de 2023. (crédito: Chaim Goldberg/Flash90)

A legislação é amplamente apoiada por organizações de saúde

Snir Elmaliah, da consultoria jurídica de Zaka, apoiou a alteração e testemunhou que, em dezenas de casos, a identificação do falecido foi adiada devido à inacessibilidade de informações médicas suficientes. O advogado Meir Broder, do departamento jurídico do Ministério da Saúde, também apoiou a alteração, dizendo que agilizaria muito o trabalho do instituto e poderia evitar a necessidade de uma autópsia.

Shai Somech, do departamento de direito público do Ministério da Justiça, também foi a favor da legislação. No entanto, o Dr. Yosef Wallfisch, do gabinete de ética da Associação Médica de Israel, opôs-se a isso, “porque é possível que possa violar a privacidade e a dignidade da pessoa”.

Nas notas explicativas da lei, afirmava-se que o delicado e complexo trabalho de identificação das muitas vítimas da guerra é confiado às IDF e à Polícia de Israel em virtude da Lei de Processo Penal, com a assistência do Instituto de Medicina Forense sob sob os auspícios do Ministério da Saúde. Para cumprir suas funções, os peritos do instituto exigem prontuários de instituições médicas, sem os quais geralmente não é possível iniciar a autópsia e obter identificação científica para determinar a causa da morte.

O objetivo da alteração é ancorar a interpretação jurídica, segundo a qual estas operações de identificação científica de falecido desconhecido e determinação da causa da morte serão consideradas parte das operações de tratamento médico. Esta interpretação é a base que permitirá a transferência de informação aos médicos do instituto e aos médicos dos serviços distritais de saúde do ministério.***


Publicado em 07/12/2023 23h02

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