Delegação israelense dirige-se a Doha para mais negociações sobre reféns

Doha, Catar

#Reféns 

O diretor do Mossad, David Barnea, deve chegar a Doha, no Catar, na segunda-feira, para novas negociações de reféns com o Hamas, mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos, de acordo com autoridades americanas e egípcias que falaram com a mídia internacional.

“As exigências do Hamas ainda são irrealistas. A delegação israelense partirá para Doha depois do gabinete de segurança política se reunir no domingo para discutir a posição de Israel”, disse o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu num breve comunicado no sábado à noite.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, realizou uma reunião no sábado à noite que se concentrou nos esforços para devolver os reféns detidos pelo Hamas em Gaza, anunciou o gabinete do ministro.

“A reunião contou com a presença de altos funcionários das IDF, Mossad e ISA, bem como representantes da equipe de negociação”, disse o gabinete de Gallant.

A reunião do gabinete de guerra está marcada para domingo às 18h00, seguida de uma discussão sobre o gabinete alargado de segurança política às 19h30, informou o Ynet.

“O governo dos EUA está trabalhando extensivamente com o Egito, o Qatar e Israel para colmatar as lacunas restantes do acordo. As discussões estão em curso neste momento”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, aos jornalistas na sexta-feira. “Israel trouxe de volta uma equipe para as negociações e isso ressalta a urgência.”

O líder do Hamas, Osama Hamdan, disse ao meio de comunicação Al Jazeera na sexta-feira: “Nossa proposta enfatiza o fim da agressão, a retirada do inimigo e o início das operações de socorro… Propusemos estados fiadores para o acordo, além de mediadores do Catar, do Egito e do Estados Unidos.

“Estamos fazendo todos os esforços possíveis e negociando com todas as partes para evitar um ataque a Rafah. Qualquer pessoa que concorde em ser um agente da ocupação na questão do dia seguinte em Gaza deverá suportar as consequências da sua escolha. A troca de prisioneiros deve ocorrer, mas não à custa das questões centrais, a principal das quais é parar a agressão”, disse Hamdan.

A contraproposta apresentada pelo Hamas aos mediadores do Qatar e do Egito e aos EUA incluía uma exigência de libertação de centenas de prisioneiros terroristas encarcerados em Israel, incluindo 100 prisioneiros “pesados” condenados por múltiplos homicídios e que cumprem penas de prisão perpétua.

A resposta foi discutida na tarde de sexta-feira numa reunião do Gabinete de Guerra de Israel, que também aprovou planos para a evacuação de civis não envolvidos em Gaza antes de uma operação militar na cidade de Rafah.

As próximas negociações deverão ser retomadas na segunda-feira, num esforço para colmatar as lacunas que permanecem entre os dois lados.


Publicado em 16/03/2024 23h09

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